O estado é a maior
empresa do país. São centenas de milhar os assalariados que prestam serviços
nas diversas áreas, da saúde à justiça, da educação à segurança, da higiene à cultura.
O objectivo desta
empresa é a prestação destes serviços aos seus sócios – os cidadãos – e os
meios de o fazer provêem das contribuições dos mesmos.
É um sistema em
circuito fechado em que, quanto mais ricos forem os sócios e maiores as
contribuições, mais e melhores são os serviços prestados! E o contrário é igual
e lamentavelmente verdade.
Em princípio mas não
inalteravelmente! Mas isto já é outra conversa.
As contribuições
dos “sócios” desta empresa fazem-se sob a forma de dinheiro, numa pequena, ou não
tanto, percentagem dos seus proventos.
Este dinheiro mais
não é que o símbolo do poder ou riqueza de quem o possui, representando os bens
detidos ou produzidos pelo seu detentor. É uma forma de fazer equivaler uma
vaca a um saco de trigo ou uma dúzia de ovos a um aconselhamento médico ou um
par de sapatos a um jogo de copos.
Mas cada vez menos
se produzem bens e se aumentam os serviços. Há cada vez menos pessoas a criar
vacas ou fazer sapatos ou cultivar trigo. Em compensação, há cada vez mais
gente a prescrever medicamentos, a fazer aconselhamento jurídico ou a gerir
firmas. A quantidade de serviços prestados aumenta na mesma proporção em que
diminuem as produções de bens.
Por outro lado, e
para aumentar este desequilíbrio, a população está a envelhecer, o que aumenta
o número de consumidores em relação aos produtores.
Consequentemente,
sendo o dinheiro uma representação dos bens produzidos e possuídos, este vale
cada vez menos, visto que há mais gente a usar que a fazer. E o valor dos bens
aumenta em relação ao do dinheiro.
O estado, enquanto
maior e principal empresário, regulador da actividade colectiva e grande
exemplo para os indivíduos, é, proporcionalmente, o maior prestador de serviços
e menor produtor de bens. De riqueza.
Na sua actual
filosofia de uma sociedade aberta à iniciativa privada vai, regular e
continuadamente, alienando os seus próprios meios de produção de bens,
afastando assim a possibilidade de ele mesmo criar riqueza ou, pelo menos, ser
auto-suficiente nas suas despesas obrigatórias.
Está dependente da
riqueza dos cidadãos, que estão cada vez mais pobres!
O aumento da eficácia
na cobrança de impostos e contribuições dos cidadãos é uma medida recomendável
mas ineficaz a longo prazo (para não dizer a curto prazo!). É a manutenção de
um sistema autofágico que, gradual e inevitavelmente, se deteriorará até à falência
total.
A solução passa,
parece-me, por o estado, enquanto maior empresário e representante da
sociedade, passar a produzir bens, introduzindo-os no mercado e, com isto, não apenas
aumentar a riqueza existente em circulação, como dela retirar as mais valias
para a sua própria manutenção.
Os grandes empresários,
nesta sociedade virada para a iniciativa privada e o lucro, diversificam os
seus investimentos, da produção aos serviços. E o resultado é que se vê: sucesso!
Porque não fazer o mesmo por parte do colectivo, aprendendo com quem obtém bons
resultados?
E com isso manter
o principal objectivo do estado enquanto organização que é, em última análise,
manter em boas condições e melhorar a vida dos seus “sócios”!
Se, para tal,
tiver que ser mudada a lei, tanto a avulsa como a fundamental, faça-se!
Urgentemente!
E contratem-se (ou
elejam-se) bons gestores desta mega empresa!
By me
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