O episódio ocorreu
há uns anitos, aqui no bairro: uma disputa sobre a legitimidade da ocupação do
passeio.
O fulano achava
que eu tinha que sair de onde eu estava para ele parquear a viatura, eu achava
que não e fiquei irredutível na minha posição.
O homem berrava, e
apitava e ia avançando o carro e eu a fazer de conta que nada era comigo, na
tranquilidade do saber que os passeios são para os peões e não para os automóveis.
Vendo que
sonoramente não me demovia, decidiu ele abalroar-me com a viatura, batendo-me
com o pára-choques nas pernas. Teve azar. Escrito com letra grande.
Que em risco de
cair desamparado em cima do carro, recorri ao pouco que sei de artes marciais e
amortizei a queda com a canalização da energia da queda no braço, antebraço e mão,
batendo com eles na superfície onde cairia. No caso, o capot do carro.
Saltou o seu dono
do seu lugar, furioso com o sucedido, e berrando a plenos pulmões: “Você não
toca no carro de um homem, ouviu! Você não toca no carro de um homem!”
Ainda tivemos uns
encostos, uns “tira-teimas”, interrompida a escalada óbvia por dois agentes da
PSP que tinham assistido a tudo e decidiram intervir.
Quando me afastei,
depois de saber que os cívicos nada queriam de mim, ainda ouvi o fulano dizer
que não possuía documentos, nem do carro nem dele mesmo.
Efectivamente, não
se pode colocar em causa o carro de um homem. Nem os afectos ou as preferências
futebolísticas. Tudo o mais é pouco importante, desde que não se ponha em causa
a integridade da viatura ou a importância do futebol.
Azar o meu, que não
tenho carta nem gosto de bola!
By me
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