Melhor dizendo,
isto é publicidade mas não àquilo que pensam.
Esta imagem
digital, construída a partir de uma fotografia, faz parte de uma campanha
publicitária de uma conhecida marca de sumos e refrigerantes. E o produto
anunciado neste caso, é algo que já consumo faz tempo: um sumo de tomate logo
pela manhã. Ainda em jejum, com uma pitada de sal, faz acordar um morto, ou
semelhante, e em estando bem fresquinho espanta para bem longe os calores
estivais.
A fotografia do
modelo está aqui truncada: no site do produto anunciado existe esta e mais
duas, com poses equivalentes, sendo que uma delas está no chamado “plano
americano”. Sempre brincando com uma câmara fotográfica.
Em boa verdade,
este modelo pouco deve usar câmaras destas, já que segurar uma câmara com os
dedos daquele modo… cedo ou tarde vem parar ao chão. Mas não é algo que me
preocupe: afinal, de um modelo espera-se que saiba estará frente da câmara, não
atrás.
O que é realmente
interessante é a câmara por si mesma. Foram buscar uma que evocasse a nostalgia
do antigamente, a simplicidade da operação, uma ligação subtil entre a marca e
o termo “vintage”, a jovialidade implícita no seu uso e no produto anunciado…
Os publicitários não brincam e foram buscar, para além da ideia, o que de
melhor encontraram para a concretizar.
E apesar do
tratamento posterior dado à fotografia do cartaz, não executado nas imagens
on-line, um conhecedor não se engana e ainda vai constatar algumas evidências
que “escaparam”.
Não foram buscar uma
Nikon, um clássico das câmaras SRL, capaz de ir à guerra e voltar. Não foram
buscar uma Minolta, associada à sensualidade através de, entre outros, o
trabalho de David Hamilton. Também não foram buscar uma Leica, ícone em
qualquer lado, mas nada consentânea com a juventude e baixos preços. Foram
buscar uma Pentax, caramba. Uma marca que combina tudo o atrás descrito com um
design muito seu e uma fidelidade a toda a prova.
No caso específico,
trata-se do modelo MG, vantagem acrescida no caso, já que se trata de um modelo
apenas com exposição automática, coisa não muito comum à época mas simbólico hoje pela
simplicidade na operação.
Nunca quis eu ter
uma. Sempre gostei de ser eu a decidir todos os parâmetros de focagem e exposição,
pelo que este modelo nunca me atraiu.
Mas não deixa de
ser uma Pentax, marca hoje menosprezada por “fotógrafos” e comerciantes mas que
os conhecedores não olham de lado.
Nem os
anunciantes, como se constata.
By me
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