quinta-feira, 14 de julho de 2016

Missiva



E porque tenho um mau feitio levado da breca, porque tenho a boca do tamanho do estuário do Tejo e porque acredito piamente que somos todos iguais até prova em contrário, aqui fica parte de uma missiva agora mesmo enviada.
O resto fica no privado que a especificidade desta mensagem exige.

“Era uma vez um café/pastelaria que também vendia para fora o que fabricava.
E a sua fama ia longe, nomeadamente nos bolos-rei e bolos de casamento. Todos lhe elogiavam a qualidade e não faltavam encomendas: bolos-rei na época própria, bolos de casamento todo o ano, em particular na época estival, que é a mais propícia bodas e festas.
No entanto, e embandeirando em arco com esta fama (merecida, diga-se de passagem), descuraram para além do limite o fabrico de bolas de Berlim, pasteis de nata e queques, produtos de venda diária ao balcão. Descuraram a tal ponto que esses pequenos e singelos bolos deixaram de ter saída, que ninguém os queria. E não os querendo, ninguém lá ia por um galão, uma meia de leite ou uma bica que fosse.
Sem essa movimentação diária, a pastelaria de fama acabou por fechar portas. “

No que disto advirá só o futuro o dirá.

Mas nunca fui pessoa de fugir às consequências dos meus actos.

By me 

Sem comentários: