Num ambiente de
pintura, vídeo, fotografia, instalações, performances e outras intervenções,
acabo por estar de conversa com uma Italiana. Primeiro só com ela, depois também
com uma sua amiga.
Balzaquianas
artistas, pese embora a aparente incompatibilidade dos termos, a língua comum
foi o inglês, ainda que a segunda pouco o dominasse.
A dado passo, e
numa inspiração de momento fruto do rumo da conversa, disse-lhes que havia
fotografado fantasmas, num jardim em Lisboa.
Os seus olhos
abriram-se, quais portas de hangar, e eu, para reforçar o dito, recorri ao
telele e às fotografias que tenho on-line.
Uma. E outra. E
ainda outra.
E os seus olhos
abriam-se. E abriam-se. E abriam-se quase para além do limite.
Tive que arrepiar
caminho e explicar-lhes o como havia fotografado os fantasmas do jardim. A que
místicas havia recorrido e de que técnicas fotográficas me havia socorrido.
Ficaram mais
aliviadas. Mas na meia hora que ainda nos partilhámos por ali, no meio daqueles
edifícios mais velhos que as idades de três, quatro ou mesmo cinco de nós
somadas, ficaram a olhar meio de lado para mim.
Não creio que
alguma vez venha eu a saber se acreditaram na primeira parte da conversa se na
segunda.
Nem sei mesmo se não
estariam à espera que, numa qualquer invocação, eu fizesse surgir algum de
entre aquelas pedras vetustas.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário