domingo, 24 de julho de 2016

O relógio



“Alto está, alto mora,
Todos o vêem, ninguém o adora.”

Adivinha clássica, dos meus tempos de catraio e, muito provavelmente, muito mais antiga. Pelo menos a resposta remete-nos para tempos anteriores aos meus, em que a solução era particularmente importante nas vidas rurais e mesmo citadinas:
O relógio da torre da igreja.
Em épocas remotas, era ele que ajudava a regular o tempo, já que possuir um relógio era algo reservado a burgueses abastados ou nobres endinheirados.
O povoléu, esse, regulava-se pela altura do sol, pela vontade de comer e pelo relógio da igreja. O mostrador e o seu bater às horas certas ou, mais elaborados, aos quartos e meias horas.
O que este relógio tem de especial é que, sendo de parede e sendo o seu mostrador em azulejo, encontra-se no interior de uma sala. No caso, no ginásio das instalações do INATEL na Mouraria, em Lisboa. É raro de ver um relógio destes virado para dentro.
Igualmente raro, ou a denotar a sua vetustez, o próprio desenho do mostrador.
O sol ao centro, como importante marcador do tempo e a forma como está escrito o número 4 em numeração romana. Escrito correctamente de acordo com a escrita romana, mas não como é habitual em relógios com estes grafismos. O costume é ser escrito com quatro I ( IIII ).
Encontrei já algumas explicações para esta “fuga” à escrita romana.
Uma delas versa um erro cometido por um construtor de relógios e ter ficado assim para não parecer erro.
Outra fala em quadrante superior e quadrante inferior e em ter todos os números virados ou não para o centro. Se assim for, usar-se-á a escrita correcta, se estiverem todos na posição correcta para quem observe o mostrador, usa-se a versão “incorrecta”, para que não se confunda o “IV” com o “VI”.

Mais explicações existirão, certamente. Quem souber de alguma outra, chegue-se à frente para que a conheçamos.

By me

Sem comentários: