“Alto está, alto
mora,
Todos o vêem, ninguém
o adora.”
Adivinha clássica,
dos meus tempos de catraio e, muito provavelmente, muito mais antiga. Pelo
menos a resposta remete-nos para tempos anteriores aos meus, em que a solução
era particularmente importante nas vidas rurais e mesmo citadinas:
O relógio da torre
da igreja.
Em épocas remotas,
era ele que ajudava a regular o tempo, já que possuir um relógio era algo
reservado a burgueses abastados ou nobres endinheirados.
O povoléu, esse,
regulava-se pela altura do sol, pela vontade de comer e pelo relógio da igreja.
O mostrador e o seu bater às horas certas ou, mais elaborados, aos quartos e
meias horas.
O que este relógio
tem de especial é que, sendo de parede e sendo o seu mostrador em azulejo,
encontra-se no interior de uma sala. No caso, no ginásio das instalações do
INATEL na Mouraria, em Lisboa. É raro de ver um relógio destes virado para
dentro.
Igualmente raro, ou
a denotar a sua vetustez, o próprio desenho do mostrador.
O sol ao centro,
como importante marcador do tempo e a forma como está escrito o número 4 em
numeração romana. Escrito correctamente de acordo com a escrita romana, mas não
como é habitual em relógios com estes grafismos. O costume é ser escrito com quatro
I ( IIII ).
Encontrei já
algumas explicações para esta “fuga” à escrita romana.
Uma delas versa um
erro cometido por um construtor de relógios e ter ficado assim para não parecer
erro.
Outra fala em
quadrante superior e quadrante inferior e em ter todos os números virados ou não
para o centro. Se assim for, usar-se-á a escrita correcta, se estiverem todos
na posição correcta para quem observe o mostrador, usa-se a versão “incorrecta”,
para que não se confunda o “IV” com o “VI”.
Mais explicações
existirão, certamente. Quem souber de alguma outra, chegue-se à frente para que
a conheçamos.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário