sábado, 24 de janeiro de 2009

Emprego, felicidade e Phi


A existencia de desemprego, melhor, da falta de emprego, provoca vários tipos de infelicidade.
Desde logo, e naturalmente, o facto de haver quem não tenha forma de prover o seu sustento e o dos seus. A fome e os cêntimos contados, a incerteza de futuro ou a ausência de sonhos, o peso que isso representa na sociedade, geral ou restrita. É mau e não se recomenda, obrigado!
A isto, some-se aqueles que são obrigados a assumirem por trabalho (ou emprego) tarefas de que não gostam ou mesmo desgostam. Fazendo-o todos os dias da semana, todas as semanas do mês. Acredito que estas pessoas acordam frustradas e adormecem tristes. E que, entre um momento e o outro, que ninguém lhes pise a sombra, sob o risco de serem insultados, no mínimo.
Junte-se a este grupo de pessoas aquelas que com elas se relacionam: família, amigos, colegas, vizinhos. Conviver diariamente com alguém que está aborrecido, enfadado, triste, não é, propriamente, o melhor dos ambientes.
Considere-se ainda aqueles que só pontualmente com eles lidam: clientes e utentes, se se tratar de serviços, comércio ou hotelaria/restauração. Ser-nos servida uma refeição, entregue um produto ou atendido num qualquer balcão por alguém que não consegue sorrir porque não gosta do que está a fazer…. Bem, certamente que não trás satisfação no negócio nem vontade de lá voltar.
Infelizmente, a lista de infelicidades não termina aqui!
Imagine-se o comportamento de um empregador que, tendo muitos candidatos ao um lugar possa discutir – e não discute, impõe – as condições de trabalho: horários, tarefas, pagamentos… Quem está em situação de necessitar mesmo de uma qualquer forma de ganhar a vida pela certa que pouco discute e aceita as imposições. Com um sorriso para fora e um esgar de tristeza para dentro.
Neste lote ponha-se também aqueles chefinhos, capatazes, gestores e afins que, sabendo depender da sua opinião a continuidade de emprego de quem está com contratos precários, usam e abusam desse poder. E os deles dependentes calam, acordando tristes de manhã e frustrados ao voltar para a cama, à noite.
E continuam mal pagos, com longas horas ou deshoras de trabalho, a fazer aquilo que, possivelmente, detestam fazer.

Não tem muito que saber: a crise de emprego não é uma questão que afecte apenas os que não o têm. Provoca uma espiral de infelicidade. Talvez mesmo uma espiral gerada por um qualquer número de ouro, aquilo que os desempregados não têm!


Texto e imagem: by me

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