Domingo, perto da uma da tarde.
Fazia frio, dissessem o que dissessem os meteorologistas. Apesar de terem previsto a aproximação de uma massa de ar polar, com os consequentes ventos, ares marítimos e húmidos, não veio, e fazia frio. Seco e frio.
E, mesmo que a pele não desse por isso, por sob as camadas de roupas preventivas, mesmo que os indicadores de temperatura não mostrassem números de um só digito e, mesmo esses, de valor absoluto desconfortavelmente baixos, bastaria vir até à rua para se ter certezas: fazia frio.
A esta hora, apesar de um céu desconfortavelmente azul, as ruas primavam pela ausência de vida! Dos cães, nem o som, dos pássaros nem a sombra. E, das pessoas, só um raro transeunte, tiritando em passo rápido.
O café da rua, a essa hora habitualmente meio cheio de gente em busca do pão para o almoço, que ao domingo se vai até mais tarde, mostrava mesas e balcão desconsoladamente vazios, que o ameno do interior era um fraco paliativo para o que se esperava no exterior. A menos que…
A menos que se tivesse o desassombro de parar a olhar o que cercava. Constatar o estranho silêncio suburbano, a quietude das folhas nos galhos e das roupas nas cordas. E, sobretudo, sentir o conforto do sol de Inverno a aquecer dermes e ossos.
E, entre uma mão-cheia de fotografias e perspectivas variadas (como se mostra o frio com um sol radioso?), foram uns quatro ou cinco cigarros, fumados com calma e prazer, de pé que a pedra da entrada gelava os fundilhos.
Com o interior forrado com a cafeína da manhã e o corpo confortado pelo solzinho simpático, regressei a casa com a alma quentinha, cheia de coisa alguma que não fosse a satisfação daqueles minutos. Que a vizinhança, por medo e frio, me deixou gozar em pleno.
Texto e imagem: by me
Fazia frio, dissessem o que dissessem os meteorologistas. Apesar de terem previsto a aproximação de uma massa de ar polar, com os consequentes ventos, ares marítimos e húmidos, não veio, e fazia frio. Seco e frio.
E, mesmo que a pele não desse por isso, por sob as camadas de roupas preventivas, mesmo que os indicadores de temperatura não mostrassem números de um só digito e, mesmo esses, de valor absoluto desconfortavelmente baixos, bastaria vir até à rua para se ter certezas: fazia frio.
A esta hora, apesar de um céu desconfortavelmente azul, as ruas primavam pela ausência de vida! Dos cães, nem o som, dos pássaros nem a sombra. E, das pessoas, só um raro transeunte, tiritando em passo rápido.
O café da rua, a essa hora habitualmente meio cheio de gente em busca do pão para o almoço, que ao domingo se vai até mais tarde, mostrava mesas e balcão desconsoladamente vazios, que o ameno do interior era um fraco paliativo para o que se esperava no exterior. A menos que…
A menos que se tivesse o desassombro de parar a olhar o que cercava. Constatar o estranho silêncio suburbano, a quietude das folhas nos galhos e das roupas nas cordas. E, sobretudo, sentir o conforto do sol de Inverno a aquecer dermes e ossos.
E, entre uma mão-cheia de fotografias e perspectivas variadas (como se mostra o frio com um sol radioso?), foram uns quatro ou cinco cigarros, fumados com calma e prazer, de pé que a pedra da entrada gelava os fundilhos.
Com o interior forrado com a cafeína da manhã e o corpo confortado pelo solzinho simpático, regressei a casa com a alma quentinha, cheia de coisa alguma que não fosse a satisfação daqueles minutos. Que a vizinhança, por medo e frio, me deixou gozar em pleno.
Texto e imagem: by me
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