“Então e agora?! Vou ficar sem computador no Natal?! Como é que vai ser?”
Quem tal afirmou, com um tom de desespero que aqui escrito não consigo descrever, foi um companheiro de trabalho.
Tinha ele emprestado o seu portátil não sei a quem e, não sei como nem até que ponto, ficou desconfigurado. E terá ele ido pedir a gente ligada profissionalmente à informática e a soluço encontrada foi a reinstalação do Sistema Operativo de raiz.
Acontece que o SO que foi instalado não correspondia, em idade e versão, ao que a máquina necessitava, pelo que o funcionamento era mais que deficiente.
E veio ter comigo, contando-me as suas desventuras e para que eu, em sabendo e podendo, o ajudasse.
A minha resposta foi, em ambos os casos, que sim mas que, idealmente, deveria ser usado o CD de recuperação que acompanhava o portátil aquando da sua compra.
Não o tinha. Nas voltas e reviravoltas da vida, com um divórcio e uma mudança de casa pelo caminho, ele tinha desaparecido.
Disse-lhe que isso não impediria de por aquilo a trabalhar decentemente. Eu traria de casa o SO adequado e, depois de instalado, era só ira à página do fabricante buscar o que faltava. Mas só no dia seguinte, que não ando com isso comigo.
De orelha murcha afastou-se e não o vi durante uns dias.
Quando o voltei a ver, vinha sorridente. Um amigo tinha-lhe instalado o SO e vinha pedir-me para acabar a coisa. Mas, depois de ver o que ali estava instalado e de consultar o fabricante, tive que lhe dar a triste notícia que não senhor, que o que lá estava instalado não servia.
Em qualquer dos casos, poderíamos começar de imediato, que desta vez eu estava preparado e, umas duas horas depois, estaria quase como novo. Era questão de ele se sentar a meu lado e ir fazendo o que lhe fosse explicando.
E ele que não, que não podia, se eu não podia ir fazendo as coisas que ele depois voltava. E eu que sim, que aquela era a forma de fazermos as coisas e de eu o ajudar. Que não só o problema ficava resolvido como ele aprenderia a resolver se a questão se repetisse.
Acontece que insistiu que queria assim, que teria que ser eu a fazer e ele a voltar depois. E, perante a minha posição inabalável, pegou no portátil mais o CD e abalou. Não sem que antes exclamasse:
“Então e agora?! Vou ficar sem computador no Natal?! Como é que vai ser?”
Ainda não o vi, de então para cá, e não sei se resolveu ou não a questão.
Mas o problema que tem que ser mesmo resolvido não é o do computador! É o de cada vez menos as pessoas quererem saber daquilo que lhes diz respeito e que usam. Apenas lhes interessa o resultado de carregarem no botão, seja ele do que for, e que aconteça acto contínuo. O como e o porquê não tem interesse nenhum.
É o fast-food do saber e da tecnologia, que vai transformando, cada vez mais, os cidadãos em idiotas com pernas.
Apesar de o conhecimento estar cada vez mais perto, à distancia de um link da web.
Por mim, continuarei a, mais que dar o peixe, ensinar a pescar. A quem quiser aprender, entenda-se!
Texto e imagem: by me
Quem tal afirmou, com um tom de desespero que aqui escrito não consigo descrever, foi um companheiro de trabalho.
Tinha ele emprestado o seu portátil não sei a quem e, não sei como nem até que ponto, ficou desconfigurado. E terá ele ido pedir a gente ligada profissionalmente à informática e a soluço encontrada foi a reinstalação do Sistema Operativo de raiz.
Acontece que o SO que foi instalado não correspondia, em idade e versão, ao que a máquina necessitava, pelo que o funcionamento era mais que deficiente.
E veio ter comigo, contando-me as suas desventuras e para que eu, em sabendo e podendo, o ajudasse.
A minha resposta foi, em ambos os casos, que sim mas que, idealmente, deveria ser usado o CD de recuperação que acompanhava o portátil aquando da sua compra.
Não o tinha. Nas voltas e reviravoltas da vida, com um divórcio e uma mudança de casa pelo caminho, ele tinha desaparecido.
Disse-lhe que isso não impediria de por aquilo a trabalhar decentemente. Eu traria de casa o SO adequado e, depois de instalado, era só ira à página do fabricante buscar o que faltava. Mas só no dia seguinte, que não ando com isso comigo.
De orelha murcha afastou-se e não o vi durante uns dias.
Quando o voltei a ver, vinha sorridente. Um amigo tinha-lhe instalado o SO e vinha pedir-me para acabar a coisa. Mas, depois de ver o que ali estava instalado e de consultar o fabricante, tive que lhe dar a triste notícia que não senhor, que o que lá estava instalado não servia.
Em qualquer dos casos, poderíamos começar de imediato, que desta vez eu estava preparado e, umas duas horas depois, estaria quase como novo. Era questão de ele se sentar a meu lado e ir fazendo o que lhe fosse explicando.
E ele que não, que não podia, se eu não podia ir fazendo as coisas que ele depois voltava. E eu que sim, que aquela era a forma de fazermos as coisas e de eu o ajudar. Que não só o problema ficava resolvido como ele aprenderia a resolver se a questão se repetisse.
Acontece que insistiu que queria assim, que teria que ser eu a fazer e ele a voltar depois. E, perante a minha posição inabalável, pegou no portátil mais o CD e abalou. Não sem que antes exclamasse:
“Então e agora?! Vou ficar sem computador no Natal?! Como é que vai ser?”
Ainda não o vi, de então para cá, e não sei se resolveu ou não a questão.
Mas o problema que tem que ser mesmo resolvido não é o do computador! É o de cada vez menos as pessoas quererem saber daquilo que lhes diz respeito e que usam. Apenas lhes interessa o resultado de carregarem no botão, seja ele do que for, e que aconteça acto contínuo. O como e o porquê não tem interesse nenhum.
É o fast-food do saber e da tecnologia, que vai transformando, cada vez mais, os cidadãos em idiotas com pernas.
Apesar de o conhecimento estar cada vez mais perto, à distancia de um link da web.
Por mim, continuarei a, mais que dar o peixe, ensinar a pescar. A quem quiser aprender, entenda-se!
Texto e imagem: by me
Sem comentários:
Enviar um comentário