quarta-feira, 31 de julho de 2019

Sobre o caso das golas anti-fumo inflamaveis




Eis o que nos conta o Diário de Notícias:
“O relatório preliminar feito pelo Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que as golas antifumo distribuídas à população no âmbito do programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, não se inflamam quando expostas ao fogo.
Citado pela RTP, o documento refere que as 28 golas testadas "não se inflamaram - isto é não entraram em combustão com chama - mesmo quando sujeitas a um fluxo de calor de muito elevada intensidade, produzido por chamas cuja altura variou entre um e quatro metros, mesmo quando colocadas a uma distância inferior a 50 centímetros das chamas, durante mais de um minuto".
De acordo com o relatório coordenado por Xavier Viegas, "verificou-se que as partículas incandescentes perfuravam a gola, mas esta não se inflamava, isto é a combustão com chama não era sustentada".
Ao entrar em contacto com uma chama viva, houve "uma perfuração de maior ou menor diâmetro, mas em geral a combustão não se sustentava com chama viva". Esta situação de combustão com chama, lê-se no documento, "apenas ocorreu em determinadas situações de ignição com uma chama permanente e com o tecido da amostra situado praticamente na vertical".
Testadas a 20 centímetros das chamas, as golas ficaram muito perfuradas, mas não se inflamaram.”

Sobre o relatado, pergunto:
Quem é que se mantém a uma distância de 20cm, ou mesmo de 50cm, de um fogo de mato com quatro metros de altura? Acredito que mesmo os bombeiros, equipados com fatos anti-fogo e capacetes e em situação limite, evitarão tal situação. E que dizer a quem estiver nestas situações, com roupas normais, quiçá com o cabelo ou barba a descoberto?
Portanto: será que estas protecções entregues são mesmo um risco? Será quem quem o divulgou estará mesmo a considerar a segurança das populações que as receberam? Ou será que quem disto falou aos quatro ventos se preocupou mais com as questões políticas e de imagem, agora que estamos a pouco tempo de eleições?
Não quero, com isto, defender nem acusar ninguém. Se houve “negócios escuros” neste caso, actue-se e sem piedade.
Mas isto cheira-me tanto a esturro quanto uma floresta queimada.

Imagem roubada da RTP
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