quarta-feira, 27 de junho de 2018

Reciprocidades e preferencias


Ao que li, foi considerado correcto pelo supremo tribunal norte-americano o impedir-se a entrada nesse país de naturais de sete países: Irão, Líbia, Somália, Síria, Iémen, Coreia do Norte e Venezuela.
A esta decisão soma-se o barrar a entrada a quem tenha viajado para esses países, como foi o caso, recentemente, do antigo secretário-geral da NATO e alta figura da União Europeia Javier Solana. Suponho que muitos outros, não mediáticos, tenham tido a mesma sorte.
Será legítimo que um país não queira no seu território determinadas pessoas vindas de outros países. Em última análise, na minha casa também só entra quem eu permito.
E, claro, podemos perguntarmo-nos se o facto de ter uma dada nacionalidade ou credo será motivo para tal. Na minha casa não é.
Mas também será legítimo a reciprocidade, directa ou indirecta.
O saber que um vizinho da minha rua tem essa atitude, indiscriminada e sem motivos específicos que não o credo ou a nacionalidade, faz com que eu não queira que entre na minha casa.
O facto de os EUA recusarem a entrada no seu país a gente só porque professam determinada religião ou nascerem de determinado país faz com que eu não queira que entre em Portugal – o meu país – pessoas nativas dos EUA.
Simples!
Poderão dizer-me que a decisão foi tomada por um presidente e não por todo aquele povo. Mas a verdade é que foi eleito livremente por esse povo e foi-lhe confiado o poder de tomar decisões deste cariz.
Até que seja, eventualmente, arredado do cargo, as leis criadas pelo actual presidente dos EUA representam a vontade do respectivo povo.
E não me apetece ser hospitaleiro para com um povo que segrega em função da nacionalidade ou da religião.



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