sexta-feira, 22 de junho de 2018

Celebrações




Gente houve que ontem se deslocou a lugares mais ou menos especiais para fazer a celebração. O mais conhecido destes é Stonehenge.
E juntaram-se, oraram, usaram cores e roupas coloridas, flores na cabeça e decorações corporais alusivas à natureza.
De um modo ou outro, repetiram rituais antigos, conhecidos ou supostos, tentando estar em uníssono com um deus cósmico ou universal.
Bonito e mais ou menos mediático pela raridade actual das práticas e conceitos.
Por mim, assumido como agnóstico, não fiz nenhuma dessas coisas. A ideia que tenho do divino é todo o universo, englobando vivos e inanimados, conhecidos e desconhecidos, num todo uno em que cada um é parte dele. Tal como cada átomo nosso faz parte do corpo que somos. E não faz sentido, pelo menos para mim, agradecer-me do que quer que seja.
Mas tentei não deixar passar o dia ignoto.
Para além do alertar os meus iguais do momento particular (como venho fazendo deste há muitos anos) guardei uns minutos para apreciar o fim do dia mais longo do ano neste hemisfério.  
Coincidiu com um dos passeios diários com o cãopanheiro. E, enquanto ele se preocupava com os cheiros da terra, na busca dos estímulos para se aliviar ou marcar território, no meio de ervas e insectos, eu apreciava o chegar da noite, a artificialidade da luz humana e, coincidência, um fogo de artifício lá longe, largado para lá da linha de horizonte meio citadina.
Na nossa busca pelas explicações, mais teológicas ou mais científicas, do que nos cerca, ignoramos as mais das vezes as coisas simples mas quase imutáveis. Que existem muito antes dos seres vivos, humanos incluídos, terem surgido no planeta. E que continuarão a existir muito depois de já nem haver memória de por cá termos estado.

Espero que tenham tido um bom solstício e veremo-nos com este tema na próxima data equivalente: o equinócio.

By me

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