quarta-feira, 26 de abril de 2017

43 anos



Há um montão de gente – eu diria mesmo um enorme montão de gente – que se queixa que a Liberdade conquistada com a Revolução acabou em quase nada.
Dizem que o dinheiro continua a ser pouco, dizem que os políticos continuam a não prestar, dizem que a gestão da coisa pública continua a ser suspeita, dizem!
Dizem mas pouco fazem! Os cafés e os tascos, agora substituídos parcialmente pelas redes sociais, continuam a ser os únicos locais onde esses que dizem fazem alguma coisa: dizer.
Que chegarem-se à frente, intervir, mudar o que entendem que está errado, substituírem os que entendem por maus, fazerem aquilo que acusam os outros de não fazerem… isso dá muito trabalho, tira horas de sono e impede o ver a bola ou a série pirateada da net.
A Liberdade, a Revolução, a Democracia, não são coisas que apenas se discutam em fóruns ou tertúlias, que se exibam na avenida, que se pratique com uma caneta uma vez a cada quatro anos.
São coisas que se fazem a cada momento que passa, ao volante, ao almoço, na junta de freguesia, no trabalho, com os filhos ou inter pares. Pratica-se, ensina-se, demonstra-se.
O deixar para os outros fazerem, com dois ou três incentivos ou manifestações anuais e praticar o resto do tempo o “salve-se quem puder” é, para além de pouco cívico, o permitir que aquilo que se contesta se perpetue, autorizado pela inércia da contestação virtual.


Não peças que aconteça! Faz!

By me

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