sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Liberdade



Liberdade querida e suspirada
Que o Despotismo acérrimo condena;
Liberdade a meus olhos mais serena,
Que o sereno clarão da madrugada.

Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada.

Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros, brilha;

Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus és filha,
Mãe dos prazeres, doce liberdade.


Manuel Barbosa do Bocage, “Liberdade querida e suspirada”

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