sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O aviso



Este é o patamar de entrada (ou saída) do prédio onde moro.
Vê-se à esquerda a zona das caixas de correio, mostrando quão grande ele é em termos de habitações. À direita, o corredor que conduz às escadas e elevadores. A separar uma coisa de outra, uma pequena parede, forrada de pedra no seu topo, como se constata.
Este topo ou esquina, que fica virado para a porta por onde todos entramos, é um lugar de eleição para um jornal de parede, informal, já que todos por ele passamos, mesmo que sem curiosidade sobre o correio. Avisos de obras ou interrupção de fornecimentos, lamentos de “perdeu-se” ou alertas de “encontrou-se”, recados anónimos sobre a convivência pacífica num prédio… encontra-se aqui de tudo.

Há uns tempos uma das publicações ficou-me na memória:
Avisava quem o escreveu que no sábado seguinte haveria lugar a uma festa da criança pequena da família, com os respectivos convidados miúdos e graúdos, e que se pedia compreensão pelo eventual barulho extra que provocaria. Estava assinada e com indicação do apartamento onde ocorreria o evento.
Digamos que será pouco usual este tipo de aviso. Denotando um particularmente raro respeito pela tranquilidade dos vizinhos. Fiquei com ele gravado na mente, bem como com o sorriso que exibi ao lê-lo.
Esta semana, e passados meses sobre a festa, fiquei a saber quem o escrevera. Uma vizinha que ajudei a segurar o que trazia nas mãos enquanto acedia à caixa de correio e com quem fiquei de conversa.


Se existir um prémio para o melhor vizinho do ano, já sei quem nomear!

By me

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