sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Tempo rigoroso - 2


Quando, nos livros sagrados, se lê que deus criou o mundo e o homem e ao sétimo dia descansou, pela certa que não se referem, em termos temporais, a um quarto do ciclo lunar.
Igualmente, quando um qualquer serviço de atendimento telefónico nos diz, com voz maviosa, que é só um minuto, é quase certo que serão mais de sessenta segundos de espera.
O conceito de tempo e as afirmações peremptórias a seu respeito são sempre tão falíveis e inexactas quanto a natureza humana. Que tudo quer dominar mas que, no que respeita ao tempo, pouco mais pode fazer que constatar a sua existência a passagem. E nunca dominá-lo!
Assim, o responsável pela loja a que se refere este aviso pode ser considerado dos mais conscientes e honestos que conheço (e eu não o conheço, para ser verdadeiro).
Quando afixou o aviso, em princípios de Junho do ano passado, sabia que iria ser por algum tempo, não sabendo, com rigor, quanto. E foi isso que quis que o mundo soubesse.
Passados que são mais de seis meses sobre a data de afixação, continua a ser verdade: está fechado por algum tempo. E se esse algum se refere ao tempo de espera de um call center ou à criação de um qualquer universo, logo se verá.
Se estivermos por cá parra o constatar; se o prédio ainda existir; se chegar de facto a abrir.
Algum tempo até lá. Uma exactidão a toda a prova!


Texto e imagem: by me

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