E a pergunta para queijinho é: Reconhecem o que está na
imagem?
Alguns, talvez muitos, dirão que se trata da tampa de um
cesto de vime com qualquer coisa por cima.
A esses eu direi que têm algum tipo de raízes à vida no
campo ou ao artesanato. Que isto, enquanto objecto de uso quotidiano, principalmente
nas cidades, é algo de raro. Eventualmente a acompanhar os ranchos folclóricos.
Quanto ao que está em cima, poucos saberão. Só os mais
antigos e que faziam viagens de comboio. Das longas.
Trata-se de um cinzeiro de uma carruagem da CP, que estava
fixado nas paredes, junto aos bancos sob as janelas. Ou ao longo do corredor,
também sob as janelas, em havendo compartimentos. Coisa que faz tempo que não
está em uso, como se calcula, em virtude das leis sobre o uso de tabaco nos
tansportes públicos.
Juro que não fui eu que o palmei. Teria que ser há bastantes
anos. Nem tem aspecto de ter sido arrancado de onde estava. Suspeito que terá
sido retirado quando vieram ordens para isso. Terão sido muitas centenas. E que
talvez tenham sido vendidas a peso, sendo que algumas terão escapado à
fundição. Como esta, ainda com restos de cinza seca no seu interior.
À minha mão veio parar, a troco de quase nada, numa feira de
velharias e trastes velhos.
E por cá irá ficar, como memória viva dos tempos em que se
fumava nos comboios, se jogava às cartas e em que galinhas, coelhos ou verduras
faziam parte da bagagem. Nestes mesmos cestos.
Consigo imaginar um avental aos quadrados e um lenço numa
cabeça.
By me
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