Aviso: o texto é longo mas o assunto também. Para o abreviar
haveria que o fraccionar e abordar várias vezes, coisa que não quero.
Muitos são os que ao adquirir equipamento fotográfico se
contentam com o que o vendedor tem disponível. E se há um artigo que nem sempre
está disponível é o pára-sol.
Ou porque o fabricante não o inclui na embalagem, vendendo-o
como um extra, ou porque se trata de uma objectiva usada e, as mais das vezes,
não acompanhada de pára-sol.
Na minha opinião é um dos erros mais comuns, tanto em
amadores como mesmo em profissionais.
O pára-sol não é aquele adicional que dá um aspecto de sério
a quem o está a usar. Nem é aquele objecto incómodo de usar, porque volumoso no
saco ou mala. Nem aquele outro extra que temos que colocar e retirar de cada
vez que trocamos de objectiva.
O pára-sol é parte integrante do sistema de captação de
imagem, qualquer tipo, que previne ou limita a luz indesejada de incidir no
elemento frontal da objectiva. Cujo uso é, tantas vezes, o que faz a diferença
entre uma fotografia bem sucedida e uma outra que, tendo o mesmo enquadramento,
perspectiva, profundidade de campo e momento decisivo, tem baixo contraste ou
mesmo uns raios luminosos que tudo estragam e de que não nos apercebemos no
momento em que premimos o disparador.
Tenho vários. Aliás, tenho muitos. E tenho-os porque,
sabendo da sua importância, quando encontro usados à venda, trago-os. Alguns sem
utilidade no momento. Ou porque não tenho a objectiva para que foi concebido,
ou porque nem sequer referem o modelo ou a marca. E tem sido isso que me tem
ajudado muitas vezes.
Por outro lado, e regressando à sua utilidade, utilização e
acesso, os fabricantes querem vender. E os fotógrafos querem facilidade de uso.
Assim, e porque o sistema de rosca frontal dá trabalho a usar para os colocar
ou retirar, optaram por sistemas de encaixe rápido. Uma pequena rotação, um
click e já está. Acontece que esses sistemas são, em regra, compostos de dois
materiais diferentes: metal e plástico. E, com o uso, um deles desgasta-se. Em regra
o plástico da pára-sol. Com a perda de fidelidade na segurança da peça.
Uma objectiva que muito usei tem esse sistema. Com o
acréscimo, prático na verdade, de permitir guardar o pára-sol invertido na
objectiva para arrumação e transporte. De tanto o usar, deixou de fixar com confiança,
sendo frequente descair ou mesmo cair. Tive a sorte de encontrar um igual,
perdido numa gaveta de uma loja de usados.
Este sistema de encaixe rápido tem uma vantagem adicional. Se
se tratar de um pára-sol em formato de pétala ou, não sendo, que seja
rectangular, temos a certeza de, ao colocá-lo, não ficar a cortar parte da
imagem. Útil, sem dúvida. Mas desgasta-se.
Alguns fabricantes usam ou usaram de outros métodos de
fixação, com aperto na estrutura da objectiva. Para garantir o posicionamento
exacto, têm uma referência marcada, que deve ser respeitada. Nem sempre é e com
consequências menos boas!
Apesar de tudo o acima dito, muitos são os que erradamente que
dispensam o uso de pára-sol. O que lhes pode sair caro! Não apenas com imagens “estragadas”
como com objectivas partidas ou batidas. Ao longo dos anos já estraguei ou
parti alguns pára-sóis. Uma pancada ao passar num local mais apertado e lá está
o estrago. Mas nunca parti ou estraguei uma objectiva porque desprotegida.
Claro que tudo isto é sabido por gente com experiência. E que
não dispensam o pára-sol, mesmo que se trate de uma câmara rangefinder ou uma
TLL, sem possibilidade de trocar objectivas.
Fica o alerta para os menos experientes: é muito mais barato
comprar um pára-sol novo ou usado que comprar outra objectiva.
Pentax K1 mkII, Pentax-M Macro 50mm 1:4
By me
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