sábado, 23 de março de 2024

Extras? Nem pensar!




Aviso: o texto é longo mas o assunto também. Para o abreviar haveria que o fraccionar e abordar várias vezes, coisa que não quero.

Muitos são os que ao adquirir equipamento fotográfico se contentam com o que o vendedor tem disponível. E se há um artigo que nem sempre está disponível é o pára-sol.

Ou porque o fabricante não o inclui na embalagem, vendendo-o como um extra, ou porque se trata de uma objectiva usada e, as mais das vezes, não acompanhada de pára-sol.

Na minha opinião é um dos erros mais comuns, tanto em amadores como mesmo em profissionais.

O pára-sol não é aquele adicional que dá um aspecto de sério a quem o está a usar. Nem é aquele objecto incómodo de usar, porque volumoso no saco ou mala. Nem aquele outro extra que temos que colocar e retirar de cada vez que trocamos de objectiva.

O pára-sol é parte integrante do sistema de captação de imagem, qualquer tipo, que previne ou limita a luz indesejada de incidir no elemento frontal da objectiva. Cujo uso é, tantas vezes, o que faz a diferença entre uma fotografia bem sucedida e uma outra que, tendo o mesmo enquadramento, perspectiva, profundidade de campo e momento decisivo, tem baixo contraste ou mesmo uns raios luminosos que tudo estragam e de que não nos apercebemos no momento em que premimos o disparador.

Tenho vários. Aliás, tenho muitos. E tenho-os porque, sabendo da sua importância, quando encontro usados à venda, trago-os. Alguns sem utilidade no momento. Ou porque não tenho a objectiva para que foi concebido, ou porque nem sequer referem o modelo ou a marca. E tem sido isso que me tem ajudado muitas vezes.

Por outro lado, e regressando à sua utilidade, utilização e acesso, os fabricantes querem vender. E os fotógrafos querem facilidade de uso. Assim, e porque o sistema de rosca frontal dá trabalho a usar para os colocar ou retirar, optaram por sistemas de encaixe rápido. Uma pequena rotação, um click e já está. Acontece que esses sistemas são, em regra, compostos de dois materiais diferentes: metal e plástico. E, com o uso, um deles desgasta-se. Em regra o plástico da pára-sol. Com a perda de fidelidade na segurança da peça.

Uma objectiva que muito usei tem esse sistema. Com o acréscimo, prático na verdade, de permitir guardar o pára-sol invertido na objectiva para arrumação e transporte. De tanto o usar, deixou de fixar com confiança, sendo frequente descair ou mesmo cair. Tive a sorte de encontrar um igual, perdido numa gaveta de uma loja de usados.

Este sistema de encaixe rápido tem uma vantagem adicional. Se se tratar de um pára-sol em formato de pétala ou, não sendo, que seja rectangular, temos a certeza de, ao colocá-lo, não ficar a cortar parte da imagem. Útil, sem dúvida. Mas desgasta-se.

Alguns fabricantes usam ou usaram de outros métodos de fixação, com aperto na estrutura da objectiva. Para garantir o posicionamento exacto, têm uma referência marcada, que deve ser respeitada. Nem sempre é e com consequências menos boas!

Apesar de tudo o acima dito, muitos são os que erradamente que dispensam o uso de pára-sol. O que lhes pode sair caro! Não apenas com imagens “estragadas” como com objectivas partidas ou batidas. Ao longo dos anos já estraguei ou parti alguns pára-sóis. Uma pancada ao passar num local mais apertado e lá está o estrago. Mas nunca parti ou estraguei uma objectiva porque desprotegida.

Claro que tudo isto é sabido por gente com experiência. E que não dispensam o pára-sol, mesmo que se trate de uma câmara rangefinder ou uma TLL, sem possibilidade de trocar objectivas.

Fica o alerta para os menos experientes: é muito mais barato comprar um pára-sol novo ou usado que comprar outra objectiva.

Pentax K1 mkII, Pentax-M Macro 50mm 1:4

By me

Sem comentários: