Esta é a última da minha série sobre as minhas Pentax DSLR.
Esgotaram-se. Por enquanto.
E este exemplar, K50, não foi adquirido da mesma forma que
as restantes.
Encontrei-a numa loja de artigos usados e ponderei bem e
durante algum tempo dois factores: “Não me faz falta para fotografar mas estou
a ficar colecionador” e “Numa digital usada nunca sabemos ao certo em que
estado está o sensor, apesar do número de obturações”.
A tentação foi mais forte e fiz negócio. Até agora não estou
arrependido.
Corresponde às expectativas, não aparenta nenhum problema e,
na gama das APS-C, substitui a K7, a necessitar de ser revista.
Claro que o problema de alternar entre um modelo, outro ou
outro é o da ergonomia. Em cada modelo a gestão de comandos e botões varia, não
sei se apetite de “inovar” por parte do criador e por influência de utilizadores
que sugerem esta ou aquela alteração.
Se a ocasião me surgir e eu tiver como o fazer, há uma
câmara, ou um tipo de câmara, que gostaria de acrescentar às que já possuo.
É característica do equipamento fotográfico o ser preto ou
cromado. É antiga esta escolha e consigo entender vários motivos subjectivos
para tal.
Se, por um lado, a câmara tem que ser discreta para não
fazer parte do que fotografa chamando a tenção para si, então o preto é a
discrição por excelência.
Por outro, a tradição talvez venha dos foles da câmaras bem
antigas, em preto para não velarem a película.
Já o cromado tem uma conotação com solidêz, fiabilidade
mecânica, tecnologia física no seu melhor.
E nós, fotógrafos, até nem reclamamos e as escolhas são
feitas entre as duas opções pelo gosto ou sensibilidade.
Os modelos coloridos, do branco ao vermelho, passando pelo
rosa, amarelo ou verde, têm uma interpretação de “brinquedo”. Para o fotógrafo,
ter um brinquedo caro nas mãos não é confortável psicologicamente. Para o
cliente... quem leva a sério um profissional com uma coisa daquelas nas mãos?
Claro que sabemos que é bem mais importante o recheio que a
embalagem e que, com qualquer cor de câmara, um fotógrafo pode e deve fazer
boas fotografias. Mas a parte subjectiva...
Gostava eu de ter uma câmara que fosse que fugisse dos
padrões de aspecto. Talvêz que em branco. Ou em côr de rosa. Como peça de
coleção e para ver a reacção dos fotografados ao ser utilizada a sério algo que
parece um brinquedo.
Só mais um aspecto, nisto que já vai longo: a introdução do
digital em câmaras reflex não resultou apenas no tipo de suporte e tratamento
dado à imagem.
As câmaras sofreram uma modificação de monta: a identificação
do modelo passou para o lado da mão esquerda, em vez de na da direita como
vinha sendo hábito. O recurso a baterias com algum volume, o acréscimo de
componentes electrónicos e o apoio anatómico para a mão direita a isso
obrigaram.
Mas isso também fez mudanças na forma de fotografar uma
câmara fotográfica. Mudou-se o eixo de orientação da câmara, ficando ela virada
para a esquerda da imagem. Na nossa cultura ocidental isso não é inconsequente
e, confesso, tive alguma dificuldade em aceitar os enquadramentos que isso me
obrigavam. Porque, e para além da técnica, da estética e da ética, a semiotica
também conta.
Lumix DMC-TZ60
By me
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