segunda-feira, 4 de março de 2024

Direito ao disparate




A liberdade em que vivemos dá-nos um direito universal de que, as mais das vezes, não nos damos conta: o direito ao disparate.

Podemos pensar e dizer as coisas mais absurdas, mesmo contra a liberdade ela mesmo, que não se considera nem crime nem anti-social nem mesmo reprovável. Apenas leva o carimbo de “disparate”.

Aquilo que alguns agora candidatos ao Parlamento não se apercebem é que os disparates que dizem contra a liberdade de ser e pensar são, eles mesmos, atentatórios contra a liberdade que eles, os candidatos, têm de os dizer.

O que se torna perigoso nesses discursos inflamados e plenos de restrições à liberdade individual é que essas propostas programáticas surgem disfarçadas de boas intenções, apelativas para quem não veja para além da embalagem.

Os que defendem a liberdade no seu sentido lato não devem impedir que o direito ao disparate seja cerceado. Podem e devem é agir dentro do conceito de democracia para impedir que esses disparates se possam tornar lei. Impedir que os discursadores de perigosos disparates possam ocupar cargos que cerceiem a nossa liberdade.

Quando no próximo acto eleitoral fizermos escolhas, devemos ter isso bem presente.

 

By me

Sem comentários: