quarta-feira, 8 de abril de 2020

Uma pergunta




É uma daquelas perguntas que me vem assolando de há umas semanas:
No meio desta pandemia, afectando todos por igual sem distinção de condição social ou credo, onde estão os membros do clero?
Vemos os profissionais de saúde a dar o corpo ao manifesto nos hospitais. Vemos os demais cidadãos a garantir que as necessidades básicas continuam a ser satisfeitas, dos serviços ao comércio. Vamos sabendo que os lares estão afectados seriamente, em utentes e cuidadores.
Mas não sabemos de sacerdotes ou freiras a cuidar dos necessitados, tanto fisicamente como espiritualmente.
Não os vemos a acompanhar os terminais nos hospitais, nem com hábito nem com bata. Não os vemos nas reportagens sobre os lares de idosos. Não os vemos a prestar cuidados domiciliários aos que não podem sair de casa, por doença ou incapacidade de outra ordem.
É possível que estejam em campo, a fazer tudo isto e ainda mais, mas na discrição que a caridade material e espiritual impõe. Porque a verdadeira é anónima.
Mas a verdade é que nem os membros do clero nem a igreja enquanto instituição se manifestam ou deles sabemos.
Talvez que a protecção de mosteiros, conventos e seminários seja acolhedora.
Dentro da mesma linha, também não vejo as igrejas a dar uso aos imensos fundos que sabemos possuir por aquilo que cobram e recebem em doações.

Mas isto digo eu que não sou crente e sou céptico quanto ao papel social e humanista das igrejas, quaisquer que sejam.


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