É uma daquelas perguntas que me vem assolando de há umas
semanas:
No meio desta pandemia, afectando todos por igual sem
distinção de condição social ou credo, onde estão os membros do clero?
Vemos os profissionais de saúde a dar o corpo ao manifesto
nos hospitais. Vemos os demais cidadãos a garantir que as necessidades básicas
continuam a ser satisfeitas, dos serviços ao comércio. Vamos sabendo que os
lares estão afectados seriamente, em utentes e cuidadores.
Mas não sabemos de sacerdotes ou freiras a cuidar dos
necessitados, tanto fisicamente como espiritualmente.
Não os vemos a acompanhar os terminais nos hospitais, nem
com hábito nem com bata. Não os vemos nas reportagens sobre os lares de idosos.
Não os vemos a prestar cuidados domiciliários aos que não podem sair de casa, por
doença ou incapacidade de outra ordem.
É possível que estejam em campo, a fazer tudo isto e ainda
mais, mas na discrição que a caridade material e espiritual impõe. Porque a
verdadeira é anónima.
Mas a verdade é que nem os membros do clero nem a igreja
enquanto instituição se manifestam ou deles sabemos.
Talvez que a protecção de mosteiros, conventos e seminários
seja acolhedora.
Dentro da mesma linha, também não vejo as igrejas a dar uso
aos imensos fundos que sabemos possuir por aquilo que cobram e recebem em
doações.
Mas isto digo eu que não sou crente e sou céptico quanto ao
papel social e humanista das igrejas, quaisquer que sejam.
By me
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