Hoje é dia três de Janeiro.
Uma daquelas datas pouco significativas: o Natal já foi e o
ano novo também.
Faltam os Reis que, por cá, para além de ser a data de
desmontar presépios e árvores de Natal, pouco significado tem.
As mesas fartas, se o foram, já não são, apesar de talvez
ainda sobrarem uma ou outra guloseima das mais duráveis.
Da passagem de ano sobra alguma lembrança, nalguns casos
dolorosa, mas já pouco etílica.
As bolsas voltaram a ter os cordões apertados, se alguma vez
estiveram soltos. Que os extras, se existiram, abanaram orçamentos e já se sentem
as prendas do novo ano, governamentais ou dos empresários, expressas sob a
forma de códigos de barras e afins.
E eu olho para o relógio, o marcador de tempo entretanto
congelado, e constato a total assimetria dos seus indicadores. Os ponteiros,
cada um de seu tamanho, esparramados no mostrador, num total relaxe muito pouco
exacto. Nada conforme com a convencional disposição de ponteiros para
publicidade: 10:10. Talvez que um dia, quando mais nada tiver de relevante
tenha para fazer, gaste algum tempo a tentar saber o porquê de terem escolhido
essa hora como padrão. Talvez que os ponteiros subidos, simétricos, simulem os
cantos de uma boca sorridente. Ou que seja mais apelativo vê-los subidos e
equidistantes que descidos, tristes e ou “desarrumados”.
Tal como ainda hei-de vir a saber, com alguma certeza, o
porquê de tantos mostradores escritos em numeração romana terem o número 4
escrito sob a forma de “IIII” e não “IV” como aprendemos na escola.
Em qualquer dos casos, e ao contrário destes, os ponteiros
movem-se. E se não me despacho ficarei atrasado para os afazerem que me esperam.
Que Chronos vos acompanhe.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário