No mesmo dia leio duas notícias que entristecem ou assustam.
Num jornal fala-se da entrega do Teatro Maria Matos, em
Lisboa, a gestão provada. Noutro fala-se do desagrado da vereadora da cultura
de Santarém quanto a espectáculos no Teatro Sá da Bandeira no tocante a vestuário
e linguagem e de como isso poderá estar na base do afastamento do director do
local.
Isto recorda-me um episódio já com uns anos valentes: a proprietária
de uma conhecida e bem antiga sala de espectáculos que a tinha alugada a uma
companhia de teatro proibiu uma representação no dia do ensaio geral porque lhe
desagradou aquilo a que assistiu.
Disse um pintor e pensador catalão, na segunda metade do
século XX, que a arte deve agitar os pensamentos e provocar o desassossego no
público. Levando-o a pensar e questionar.
Quando não enquista e passa a academismo conservador e
entediante.
Infelizmente, por cá, o teatro ainda é objecto de crivos de
antanho por parte dos poderes, sejam eles políticos ou empresariais. O politicamente
incorrecto ou o socialmente discutível são atirados para recantos obscuros,
quando não liminarmente erradicados.
O mesmo se aplica a outras formas de expressão, plástica ou
não.
By me
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