A questão não é pacífica. E velha!
Fui ver uma exposição de fotografia. Não estava nos meus
planos mas calhou passar pelo local e ter tempo. Entrei.
O local é central, bem em evidência e é habitual lá exibirem
exposições.
Infelizmente, só as exposições com divulgação mediática
forte têm público. De outro modo, mesmo com cartaz grande e bem visível,
acontece como desta vez: um visitante solitário, eu.
As obras eram de tamanho grande, bem impressas e apelativas.
Talvez que um nico difíceis de serem aceite pelo público actual, que só aceita
imagens estereotipadas na forma e conteúdo.
O problema esteve, como sempre, na forma como estavam
exibidas.
Dentro de molduras, com excepção de uma, e cobertas por
vidro. E era este mesmo vidro, que deveria proteger as obras expostas, que
impedia de as disfrutar por inteiro. Porque nele nos víamos reflectidos, sem
apelo nem agravo, iluminados que estávamos pela luz da sala. E, como é hábito,
os suportes bem na vertical, tal como os respectivos vidros.
Caramba! Não sou fotógrafo que se exponha, em grandes ou em discretas
salas. Mas em isso acontecendo, farei questão que, ou bem que não há vidros a
distorcerem contrastes e acrescentarem elementos variáveis por via dos
reflexos, ou bem que os suportes estarão inclinados para baixo, fazendo com que
os únicos reflexos, se alguns, sejam os do chão e/ou os dos pés dos visitantes.
Ou ainda – bem mais difícil – a iluminação da sala estará
reduzida ao mínimo, concentrada apenas e só nas imagens expostas, deixando
ambiente e visitantes na obscuridade.
Existe uma lei – inconstitucional porque não aprovada no
Parlamento – que reza assim: “O ângulo de incidência é igual ao ângulo de
reflexão”.
Aprendemos isso na escola e usamos o que aprendemos no
quotidiano. Nos espelhos, nas montras, na fotografia. Não entendo porque não se
aplica nas exposições fotográficas.
By me
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