terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Luz



A questão não é pacífica. E velha!
Fui ver uma exposição de fotografia. Não estava nos meus planos mas calhou passar pelo local e ter tempo. Entrei.
O local é central, bem em evidência e é habitual lá exibirem exposições.
Infelizmente, só as exposições com divulgação mediática forte têm público. De outro modo, mesmo com cartaz grande e bem visível, acontece como desta vez: um visitante solitário, eu.
As obras eram de tamanho grande, bem impressas e apelativas. Talvez que um nico difíceis de serem aceite pelo público actual, que só aceita imagens estereotipadas na forma e conteúdo.
O problema esteve, como sempre, na forma como estavam exibidas.
Dentro de molduras, com excepção de uma, e cobertas por vidro. E era este mesmo vidro, que deveria proteger as obras expostas, que impedia de as disfrutar por inteiro. Porque nele nos víamos reflectidos, sem apelo nem agravo, iluminados que estávamos pela luz da sala. E, como é hábito, os suportes bem na vertical, tal como os respectivos vidros.
Caramba! Não sou fotógrafo que se exponha, em grandes ou em discretas salas. Mas em isso acontecendo, farei questão que, ou bem que não há vidros a distorcerem contrastes e acrescentarem elementos variáveis por via dos reflexos, ou bem que os suportes estarão inclinados para baixo, fazendo com que os únicos reflexos, se alguns, sejam os do chão e/ou os dos pés dos visitantes.
Ou ainda – bem mais difícil – a iluminação da sala estará reduzida ao mínimo, concentrada apenas e só nas imagens expostas, deixando ambiente e visitantes na obscuridade.
Existe uma lei – inconstitucional porque não aprovada no Parlamento – que reza assim: “O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão”.

Aprendemos isso na escola e usamos o que aprendemos no quotidiano. Nos espelhos, nas montras, na fotografia. Não entendo porque não se aplica nas exposições fotográficas.

By me 

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