sábado, 6 de janeiro de 2018

Sem título



Foi já há uns bons anos, decorria o meu projecto “Old Fashion” no Jardim da Estrela e fui abordado por duas senhoras catequistas já não sei de que confissão religiosa.
Não costumo ser rude para com estas pessoas. A sua conversa não me interessa por demais e tento afasta-las com a urbanidade que posso e sei. Por vezes recorrendo a estratagemas pouco ortodoxos, mas não rudes.
Desta feita esgotei todas as que tinha sem sucesso. Eu estava ali “amarrado” à minha câmara montada e elas tinham-me como “vítima” garantida.
A conversa terminou, com vitória para mim, quando lhes apresentei um argumento adequado ao que ali fazia:
“As senhoras prometem a felicidade numa eventual vida após a morte. Da qual não há testemunhos que não a fé. Eu propicio a felicidade, aqui e agora, ao entregar, de borla, fotografias a quem mas pede e provocando sorrisos. Quem, de nós, tem mais sucesso?”
Engoliram em seco, disseram mais uma ou duas coisas e zarparam. Devem ter-me identificado com Belezu encarnado.
Mas o certo é que essa é a minha abordagem.
Podemos e devemos trabalhar para a felicidade futura. Sejam quais forem os conceitos de felicidade e os prazos considerados.
Mas não devemos descurar a felicidade no momento em que vivemos. Não apenas fazendo por ela mas – e antes de mais - encontrando-a no que somos e temos.
E, principalmente, fazendo com que ela se espalhe, qual epidemia, em redor. Mesmo que em pequenas coisas e por uns instantes.
Como? Depende das circunstâncias, dos envolvidos e das suas capacidades.

Se a vida fosse uma fórmula resolvida…


By me

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