Liberdade querida
e suspirada
Que o Despotismo
acérrimo condena;
Liberdade a meus
olhos mais serena,
Que o sereno clarão
da madrugada.
Atende à minha voz,
que geme e brada
Por ver-te, por
gozar-te a face amena;
Liberdade gentil
desterra a pena
Em que esta alma
infeliz jaz sepultada.
Vem, oh deusa
imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação
da humanidade,
Cujo semblante
mais que os astros, brilha;
Vem, solta-me o
grilhão da adversidade;
Dos céus descende,
pois dos céus és filha,
Mãe dos prazeres,
doce liberdade.
Manuel Barbosa do
Bocage, “Liberdade querida e suspirada”
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