Ao sair da sala de
consultório das urgências, diz-me a médica com o seu sotaque brasileiro:
“Bom dia e boa
sorte!”
Apesar das dores e
da dificuldade em andar, parei, rodei e enfrentei-a.
Não lhe disse o
que pensava de um médico que deseja “boa sorte” a um doente depois de o
diagnosticar e prescrever tratamento. Digamos que é muito pouco científico.
Mas não deixei de
lhe responder com uma pergunta, depois de ter afivelado um ar sério, o possível
dadas as circunstâncias:
“E a senhora sabe
o que é sorte?”
“Hein?!”
“Claro! Acaba de
me desejar sorte. Sabe o que isso é?”
“- - - - -“
“A sorte é quando
a preparação encontra a ocasião. Não adianta passar por dinheiro no chão se não
olhar para baixo e conseguir vê-lo. Neste caso a ocasião é eu estar aqui com
dores. Qual é a preparação?”
“Ehehehehe. Você
tem graça!”
“Tenho, não tenho?
Procuro tirar o máximo de cada situação que vivo, mesmo uma como esta. Um bom
dia para si.”
Espero que o
doente seguinte naquele gabinete não tenha pago uma factura elevada.
By me
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