Entre a estação do
Oriente e o C.C. Vasco da gama, em Lisboa, um evento comercial.
Uma tenda toda
modernaça a promover os carros movidos a energia eléctrica da marca Nissan. E,
por muito interessantes e verdes que possam ser, trata-se de uma promoção comercial.
A primeira coisa
que estranhei foi a tenda e toda a demais instalação estar a ser alimentada por
energia fornecida por um gerador a disel, ali perto arrumado. Trifásico,
saiba-se. E, no mínimo, caricata a contradição.
Estava eu
entretido a fazer os meus registos lúmicos de tal contradição e sou abordado
por um fulano, todo sorrisos industriais que, acompanhado por um segurança
privado, queria saber o que estava eu a fotografar.
Lá lhe contei e
ele explicou-me que, sendo o director do evento, não tinha conseguido da gare
do oriente um ponto de energia, sendo obrigado a recorrer ao gerador. E
trocámos mais umas de circunstância até ter chegado um segundo segurança, bem
mais encorpado. Conversaram os três até que se afastaram para irem falar com os
funcionários municipais que estavam na biblioteca itinerante, parada no sítio
do costume.
Conversa,
conversa, conversa, e a carrinha mudou de lugar, uns bons cinquenta metros ao
lado. E eu não gostei que a cultura fosse corrida pelo comércio, mesmo que
tenha pago à gare do oriente, que tenha pago ao agente de trânsito da PSP, que
tenha pago lugares de estacionamento em regra livres para os cidadãos…
Usando do meu
nariz comprido, fui meter conversa com os bibliotecários ambulantes, tentando
saber que argumentos tinham sido usados para os convencer a mudar de pois.
“Não fomos
convencidos: recebemos ordens!”
“Da câmara?”,
ainda perguntei.
“Não! Daqueles
tipos.”, e apontou genericamente para o evento, para os seguranças, para o
pasma…
Tudo isto a
acontecer de permeio com o peditório da AMI, a venda de objectos “úteis” por
parte da associação os adeptos do sonho, o outro peditório do projecto nós
ajudamos, as três carrinhas do corpo de intervenção da PSP e dos seus talvez
dez agentes armados até aos dentes com metralhadoras e shotguns, as oito
testemunhas de jeová que ali estavam esperando serem abordadas, o entregador de
pizzas e a multidão indo ou vindo do centro comercial.
Algo de muito
errado se passa por cá!
By me
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