Há uns anos
valentes, valentes mesmo, tive um episódio divertido:
Encontrei-me de
manhã com uma amiga para fazermos uma fotografias, como estava combinado e,
quando a vi, não me contive:
“Então…? Que te
aconteceu? Tens a cara numa lástima!”
Ela sorriu, meio
atrapalhada, e não respondeu. E eu insisti:
“Mas o que foi?
Não estás em condições de fotografarmos!”
“Desculpa, mas a
barba dele arranhava muito…”
Claro que adiámos
o combinado para melhor ocasião.
Acredito que, nos
tempos que correm, seja coisa habitual.
Talvez não tanto
as caras “esfoladas”, que nem todas as barbas são assim tão rijas, mas a
quantidade de rostos masculinos que hoje encontramos com a pilosidade em
manifesta evidência é enorme.
Umas caras com
barbas mal semeadas, outras comprimidas apenas no queixo ou bigode, outras
ainda viçosas e exuberantes, “esculpidas” como hoje se diz.
Comprimentos,
cores, formas, vemos de tudo. Exactamente aquilo que não víamos há uns dois ou
três anos. Ou veríamos apenas em certos grupos sociais, uma espécie de código
de grupo ou de comportamento.
No meio de tudo
isso, uma tónica dominante, transversal no tempo: os olhares que recebo.
Até há algum
tempo, eram olhares de desprezo, como que a dizer “quem é este tipo que assim
barbado anda por aqui?”
Agora, a maioria
dos olhares masculinos que recebo traduzem um “Que inveja! Quem me dera ter uma
assim!” ou ainda inveja de não terem coragem de assim a usarem.
A minha certeza é
que a moda passará e daqui por uns dois ou três anos já pouca barbas se verão.
A minha, a menos que arda de novo, será uma delas, com ou sem olhares de lado.
By me
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