quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Branquinha


Depois da estória contada ontem aqui, fiquei à espera de continuar a ouvir o canito a queixar-se por algum tempo. Contava mesmo ouvi-lo quando chegasse a casa, já tarde na noite.
Admito que, como não o ouvi, não me lembrei e que tal só me voltou a ocorrer quando hoje acordei. Que seria feito dele, que continuava calado?
Quando saí para o café, levei a câmara, pensando em lá regressar. E contei a estória ao balcão. Não voltei!
Fiquei a saber que a Branquinha, assim se chamava, tinha sido roubada. A garotada da rua estava toda em alerta para dar com ela, as mães foram avisadas para o caso de darem com a bichinha, não sei se a polícia terá sido envolvida.
A verdade é que o local é de muito fácil acesso, o animal estava carente de afecto e contacto físico e qualquer um poderia ter feito a coisa.
Não mais ouvirei a Branquinha a queixar-se. Acredito mesmo que deixe de ter motivos para tal. Mas a verdade é que, apesar ou por causa dos lamentos, já lhe tinha criado afecto. Eu e, ao que parece, quase metade da rua.
Para onde quer que tenhas ido, Branquinha, diverte-te e não tenhas uma vida de cão. Mas lembra-te que o teu relacionamento com aqueles que agora te dão de comer e fazem festas começou por um roubo!


Texto e imagem: by me

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