Foi em 1994.
Um incêndio destruiu o Teatro do Liceu, nas Ramblas de Barcelona.
Cinco anos depois reabria as suas portas, reconstruído de raiz como cópia fiel do que fora. Aproveitaram a fachada e introduziram a tecnologia actual no seu funcionamento interno. Para tal, juntaram-se boas vontades, instituições públicas e privadas, subsídios e mecenatos.
Acontece que, enquanto decorreram as obras, a actividade cultural do local não esteve parada!
No espaço pedonal das Ramblas, mesmo em frente à fachada entaipada, e desde que as condições atmosféricas o permitissem, todos os sábados, a meio do dia, ali houve um concerto. Do belo-canto ao rock, do folklore ao jazz, com vozes ou apenas instrumentais, a música ali estava para quem dela quisesse desfrutar. Completamente grátis e tendo por lotação o espeço público. Que enchia!
Sendo que por lá fui por diversas vezes, foi possível constatar que os que ali abancavam para deliciar os ouvidos eram, na sua grande maioria, autóctones. Os Barceloneses não deixavam por mãos alheias a cultura e compareciam. Diria eu que 75% dos presentes eram ali residentes.
Tão ou mais curioso que esta adesão popular é que o programa de cada sábado não estava disponível ao público em geral, pelo que quem lá ia esperava também ser surpreendido com o que ia ouvir. Nos jornais, televisões ou rádios, nada constava. Mas o espaço enchia!
Por cá… Bem, por cá no passado sábado aconteceu um evento musical inédito, intitulado “Música nas Praças”. A Orquestra Metropolitana de Lisboa saiu à rua e foi fazer aquilo que bem sabe: tocar. Para quem quisesse ouvir, em diversas praças e espaço públicos da baixa de Lisboa. De borla e com uma única limitação feita, em função do espaço disponível na apresentação nocturna, nas Ruínas do Convento do Carmo.
Soube eu deste evento por uma panfleto distribuído numa loja de “fast-food”. Sendo que estaria a trabalhar no dia e nas horas previstas, fiz parte daqueles que não compareceram. Mas fiz questão que as TV’s cá do burgo dele soubessem e que, se o entendessem, o divulgassem.
Não entenderam e não divulgaram. Nem mesmo uma reportagenzita de nadica!
Talvez que estes exemplos e respectiva comparação expliquem o meu desejo profundo e antigo de migrar de vez para Barcelona.
Texto: by me
Imagem: panfleto divulgador
Um incêndio destruiu o Teatro do Liceu, nas Ramblas de Barcelona.
Cinco anos depois reabria as suas portas, reconstruído de raiz como cópia fiel do que fora. Aproveitaram a fachada e introduziram a tecnologia actual no seu funcionamento interno. Para tal, juntaram-se boas vontades, instituições públicas e privadas, subsídios e mecenatos.
Acontece que, enquanto decorreram as obras, a actividade cultural do local não esteve parada!
No espaço pedonal das Ramblas, mesmo em frente à fachada entaipada, e desde que as condições atmosféricas o permitissem, todos os sábados, a meio do dia, ali houve um concerto. Do belo-canto ao rock, do folklore ao jazz, com vozes ou apenas instrumentais, a música ali estava para quem dela quisesse desfrutar. Completamente grátis e tendo por lotação o espeço público. Que enchia!
Sendo que por lá fui por diversas vezes, foi possível constatar que os que ali abancavam para deliciar os ouvidos eram, na sua grande maioria, autóctones. Os Barceloneses não deixavam por mãos alheias a cultura e compareciam. Diria eu que 75% dos presentes eram ali residentes.
Tão ou mais curioso que esta adesão popular é que o programa de cada sábado não estava disponível ao público em geral, pelo que quem lá ia esperava também ser surpreendido com o que ia ouvir. Nos jornais, televisões ou rádios, nada constava. Mas o espaço enchia!
Por cá… Bem, por cá no passado sábado aconteceu um evento musical inédito, intitulado “Música nas Praças”. A Orquestra Metropolitana de Lisboa saiu à rua e foi fazer aquilo que bem sabe: tocar. Para quem quisesse ouvir, em diversas praças e espaço públicos da baixa de Lisboa. De borla e com uma única limitação feita, em função do espaço disponível na apresentação nocturna, nas Ruínas do Convento do Carmo.
Soube eu deste evento por uma panfleto distribuído numa loja de “fast-food”. Sendo que estaria a trabalhar no dia e nas horas previstas, fiz parte daqueles que não compareceram. Mas fiz questão que as TV’s cá do burgo dele soubessem e que, se o entendessem, o divulgassem.
Não entenderam e não divulgaram. Nem mesmo uma reportagenzita de nadica!
Talvez que estes exemplos e respectiva comparação expliquem o meu desejo profundo e antigo de migrar de vez para Barcelona.
Texto: by me
Imagem: panfleto divulgador
1 comentário:
Como eu o compreendo!
Também eu fui surpreendido por esta notável iniciativa da Orquestra Metropolitana e das suas diferentes formações.
Corri quase todos os concertos (e eram 19, se não me engano), tendo tido até a sorte de conseguir entrar no ultimo, nas ruinas do Carmo, que foi extraordinário.
Como eu, notava-se que as pessoas estavam surpreendidas por não saberem de nada, mas foram aderindo e notava-se as praças cada vez mais cheias e entusiásticas.
Quantos às nossas televisões e jornais - que cambada de ignorantes e vendidos - nem uma linha ou uma imagem! Mas com os jornalistas portugueses aplica-se a velha anedota - "eu cá sou mais da bola"!
Se fosse alguma pimbalhada já noticiavam. Cambada de ignorantes e vendidos...
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