Esta fotografia foi feita na montra de um café-pastelaria cá do meu bairro.
Pelos bonecos se deduz que se trata de um bairro suburbano, com uma população jovem e multi-étnica.
No entanto, para que a colecção de figuras estar completa, faltam-lhe alguns elementos. Para já, o par branco e negro mas ao contrário. Porque as alternativas ou combinações possíveis e que se constatam por aqui não são apenas estas mas também o seu oposto.
E, por outro lado, as alternativas mono ou multi-étnicas mas do mesmo género, ou seja, de homossexuais, masculinos ou femininos.
O desejo de aqui ver essas figuras é bem mais que a vontade de que todos possam fazer com a sua vida, incluindo celebrações, o que muito bem entenderem. Nem mesmo é uma utopia!
Há coisa de uns dois anos, ali para os lados do bairro de Benfica, em Lisboa, dei com uma pequena e velha loja da especialidade onde todas as opções de figuras de casamento constavam na montra. Todas! Sem que alguma ficasse em evidencia ou escondida.
Na altura não tinha comigo a câmara fotográfica (pecado do qual já me penitenciei por diversas vezes). Quando, meses depois lá voltei com o firme intuito de fotografar a montra ou, se possível, os bonecos em melhores condições de luz e perspectiva, após conversa com quem ali trabalhasse, não dei com a loja. Perguntando em redor, soube que tinha fechado de vez.
Pergunto-me hoje, tal como então, se este fechar de um comércio que não tem preconceitos rácicos ou homofóbicos, terá sido natural.
Ou antes consequência de pressões de quem tem poder para tal e que pratique a velha máxima: “Vícios privados, públicas virtudes!” Mas que igualmente gosta de intervir, legislando ou impedindo-o, na vida privada dos cidadãos, coertando-lhes o acesso aos direitos não apenas naturais como constitucionais.
O que se passou no parlamento português, com os sentidos de voto e as imposições de disciplina partidária, aquando da discussão e votação de uma lei que permitisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi uma vergonha! Uma hipocrisia ainda mais acentuada quanto os nossos governantes, acólitos e legisladores querem Portugal na vanguarda da tecnologia, entre os países ditos desenvolvidos.
Vergonha e hipocrisia que mais vale esconderem sob um manto pudico e, rapidamente, resolver a coisa de outro modo. Para que possamos dizer que neste país a Liberdade é um facto prático e não apenas de retórica.
Para os que comprarem estas figuras, ou procurarem as que aqui estão em falta, os meus melhores votos de felicidades e que os deuses vos acompanhem!
Texto e imagem: by me
Pelos bonecos se deduz que se trata de um bairro suburbano, com uma população jovem e multi-étnica.
No entanto, para que a colecção de figuras estar completa, faltam-lhe alguns elementos. Para já, o par branco e negro mas ao contrário. Porque as alternativas ou combinações possíveis e que se constatam por aqui não são apenas estas mas também o seu oposto.
E, por outro lado, as alternativas mono ou multi-étnicas mas do mesmo género, ou seja, de homossexuais, masculinos ou femininos.
O desejo de aqui ver essas figuras é bem mais que a vontade de que todos possam fazer com a sua vida, incluindo celebrações, o que muito bem entenderem. Nem mesmo é uma utopia!
Há coisa de uns dois anos, ali para os lados do bairro de Benfica, em Lisboa, dei com uma pequena e velha loja da especialidade onde todas as opções de figuras de casamento constavam na montra. Todas! Sem que alguma ficasse em evidencia ou escondida.
Na altura não tinha comigo a câmara fotográfica (pecado do qual já me penitenciei por diversas vezes). Quando, meses depois lá voltei com o firme intuito de fotografar a montra ou, se possível, os bonecos em melhores condições de luz e perspectiva, após conversa com quem ali trabalhasse, não dei com a loja. Perguntando em redor, soube que tinha fechado de vez.
Pergunto-me hoje, tal como então, se este fechar de um comércio que não tem preconceitos rácicos ou homofóbicos, terá sido natural.
Ou antes consequência de pressões de quem tem poder para tal e que pratique a velha máxima: “Vícios privados, públicas virtudes!” Mas que igualmente gosta de intervir, legislando ou impedindo-o, na vida privada dos cidadãos, coertando-lhes o acesso aos direitos não apenas naturais como constitucionais.
O que se passou no parlamento português, com os sentidos de voto e as imposições de disciplina partidária, aquando da discussão e votação de uma lei que permitisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi uma vergonha! Uma hipocrisia ainda mais acentuada quanto os nossos governantes, acólitos e legisladores querem Portugal na vanguarda da tecnologia, entre os países ditos desenvolvidos.
Vergonha e hipocrisia que mais vale esconderem sob um manto pudico e, rapidamente, resolver a coisa de outro modo. Para que possamos dizer que neste país a Liberdade é um facto prático e não apenas de retórica.
Para os que comprarem estas figuras, ou procurarem as que aqui estão em falta, os meus melhores votos de felicidades e que os deuses vos acompanhem!
Texto e imagem: by me
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