São as novas tiranias! Aquelas que as tecnologias permitem e os brandos costumes somadas com o “come-e-cala” consentem!
Começam agora a surgir em alguns táxis da capital uns pequenos ecrãs de imagem electrónica. Não lhes chamo de “TV” porque não creio que estejam ligados a uma estação emissora. Não lhes chamo de computador porque não creio que isso esteja instalado na viatura. Estou em crer que lêem e o repetem um qualquer ficheiro de vídeo e áudio arquivado no aparelho e que, de tempos a tempos, seja substituído.
Em qualquer dos casos, o referido ecrã está instalado como aqui o vêem, no encosto de cabeça do passageiro da frente e virado para o que vai atrás, onde viajam a esmagadora maioria dos passageiros.
Encontra-se, assim, a uns escassos 50 cm do nariz de quem ali está e, tendo o tamanho que tem acrescido do volume da almofada, impedindo quase totalmente a visibilidade para a frente de quem se sente e use o cinto de segurança.
Pior, bem pior: é praticamente impossível não ver o que ali é exibido, mesmo que não se queira. Há que fazer um esforço bem significativo para prender a atenção visual em qualquer outra coisa que não aquilo.
Assim, os conteúdos ali expostos são impingidos pelos olhos dentro de quem tiver a infelicidade de naquele carro se sentar. Recorda-me, sem grande esforço, a parte final do filme “Laranja mecânica”, em que o principal personagem é obrigado a ver extractos de filmes, com a cabeça amarrada, as pálpebras abertas com pinças e uma enfermeira dedicada e humedecer o globo ocular!
É que à restante publicidade e afins ainda podemos contrapor a nossa recusa, quer seja a impressa e distribuída à mão ou no correio, quer seja a colocada nos cartazes de rua quer seja mesmo a que é entremeada por programas de TV, ditos de entretenimento. O mesmo se pode dizer daquilo a que chamam de “informação”, com ou sem responsabilidade editorial atribuída (veja-se este post). Sempre podemos sair da sala, virar a cara ou, em ultimo ou primeiro recurso, desligar ou mudar de canal.
Neste caso quase não podemos desviar os olhos nem podemos desligar a traquitana, porque o botão não existe ali, ao nosso alcance. E os protestos dos motoristas de táxi nem sempre são os mais cordatos em ouvir nem os mais recomendáveis para ouvidos sensíveis ou crianças!
Mas se sair do táxi depois de este estar em andamento é complicado, constatar a presença do aparelhometro de tortura aquando da entrada e recusar ser-se transportado por esta viatura já é exequível. E, com isto, protegermo-nos desta agressão mental. E legal, suponho.
Mas como esta atitude, tal como muitas outras equivalente, implica trabalho, quiçá alguma discussão com o taxista, bem como o ter que esperar por outro táxi que passe na altura no local, acredito que a maioria dos transportados tenha um comportamento comum: não gostar mas encolher os ombros com o conformismo que por cá grassa.
Que eu não subscrevo nem pratico!
Texto e imagem: by me
Começam agora a surgir em alguns táxis da capital uns pequenos ecrãs de imagem electrónica. Não lhes chamo de “TV” porque não creio que estejam ligados a uma estação emissora. Não lhes chamo de computador porque não creio que isso esteja instalado na viatura. Estou em crer que lêem e o repetem um qualquer ficheiro de vídeo e áudio arquivado no aparelho e que, de tempos a tempos, seja substituído.
Em qualquer dos casos, o referido ecrã está instalado como aqui o vêem, no encosto de cabeça do passageiro da frente e virado para o que vai atrás, onde viajam a esmagadora maioria dos passageiros.
Encontra-se, assim, a uns escassos 50 cm do nariz de quem ali está e, tendo o tamanho que tem acrescido do volume da almofada, impedindo quase totalmente a visibilidade para a frente de quem se sente e use o cinto de segurança.
Pior, bem pior: é praticamente impossível não ver o que ali é exibido, mesmo que não se queira. Há que fazer um esforço bem significativo para prender a atenção visual em qualquer outra coisa que não aquilo.
Assim, os conteúdos ali expostos são impingidos pelos olhos dentro de quem tiver a infelicidade de naquele carro se sentar. Recorda-me, sem grande esforço, a parte final do filme “Laranja mecânica”, em que o principal personagem é obrigado a ver extractos de filmes, com a cabeça amarrada, as pálpebras abertas com pinças e uma enfermeira dedicada e humedecer o globo ocular!
É que à restante publicidade e afins ainda podemos contrapor a nossa recusa, quer seja a impressa e distribuída à mão ou no correio, quer seja a colocada nos cartazes de rua quer seja mesmo a que é entremeada por programas de TV, ditos de entretenimento. O mesmo se pode dizer daquilo a que chamam de “informação”, com ou sem responsabilidade editorial atribuída (veja-se este post). Sempre podemos sair da sala, virar a cara ou, em ultimo ou primeiro recurso, desligar ou mudar de canal.
Neste caso quase não podemos desviar os olhos nem podemos desligar a traquitana, porque o botão não existe ali, ao nosso alcance. E os protestos dos motoristas de táxi nem sempre são os mais cordatos em ouvir nem os mais recomendáveis para ouvidos sensíveis ou crianças!
Mas se sair do táxi depois de este estar em andamento é complicado, constatar a presença do aparelhometro de tortura aquando da entrada e recusar ser-se transportado por esta viatura já é exequível. E, com isto, protegermo-nos desta agressão mental. E legal, suponho.
Mas como esta atitude, tal como muitas outras equivalente, implica trabalho, quiçá alguma discussão com o taxista, bem como o ter que esperar por outro táxi que passe na altura no local, acredito que a maioria dos transportados tenha um comportamento comum: não gostar mas encolher os ombros com o conformismo que por cá grassa.
Que eu não subscrevo nem pratico!
Texto e imagem: by me
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