Na minha janela encontra-se uma bandeira negra!
Está ali desde o ultimo evento futebolístico internacional, em que não havia cão nem gato que não hasteasse a bandeira nacional em honra do futebol luso.
Eu, que não ligo à bola e que entendo por uma pobreza de espírito o exaltar as cores nacionais seja por que motivo for e mais ainda pelo futebol, resolvi exibir esta. Como símbolo de luto pelos meus concidadãos.
Claro está que se tratou de uma provocação a quem na rua passasse. Provocação quase inconsequente, já que, e para além das explicações que eu ia dando sem que mas pedissem, nenhum outro comentário ou pergunta ouvi. Até ontem!
No subir do elevador e já tarde na noite, questiona-me o meu vizinho de baixo, ainda que com o argumento que a curiosidade era da sua mulher e que não entendia porque o vizinho de barbas grandes e brancas tinha uma bandeira negra na janela, mesmo por cima da dela. Disse-lhe os motivos e, ao mesmo tempo que lhos ia descrevendo na brevidade da ascensão, ia vendo o seu semblante assumir as cores da pátria. Porque ele tinha sido um dos que tinha, levado pelo entusiasmo absurdo, hasteado uma bandeira, por sinal com pagodes no lugar de castelos. E foi com um sorriso tão amarelo quanto o da esfera armilar que se despediu de mim no piso onde reside.
Há umas duas ou três semanas que andava a dizer, de mim para mim, que estava na hora de a retirar que, tendo sido feita a correr e recorrendo ao que dispunha então em casa, pouco mais durará, menos ainda ao Inverno que se aproxima.
Mas se consegui que a provocação levasse a uma pergunta que fosse, então não está tudo perdido. Que por ai ainda flamulam alguns verdes e vermelhos.
Está na hora de arrear esta, feita de flanela que usava como fundos de fotografia e fazer subir uma feita de cetim e bem dependurada da janela.
Com um pouco de sorte talvez ainda oiça mais umas perguntas. E possa recolher à cama com a sensação de vitória.
Ainda que negra!
Texto e imagem: by me
Está ali desde o ultimo evento futebolístico internacional, em que não havia cão nem gato que não hasteasse a bandeira nacional em honra do futebol luso.
Eu, que não ligo à bola e que entendo por uma pobreza de espírito o exaltar as cores nacionais seja por que motivo for e mais ainda pelo futebol, resolvi exibir esta. Como símbolo de luto pelos meus concidadãos.
Claro está que se tratou de uma provocação a quem na rua passasse. Provocação quase inconsequente, já que, e para além das explicações que eu ia dando sem que mas pedissem, nenhum outro comentário ou pergunta ouvi. Até ontem!
No subir do elevador e já tarde na noite, questiona-me o meu vizinho de baixo, ainda que com o argumento que a curiosidade era da sua mulher e que não entendia porque o vizinho de barbas grandes e brancas tinha uma bandeira negra na janela, mesmo por cima da dela. Disse-lhe os motivos e, ao mesmo tempo que lhos ia descrevendo na brevidade da ascensão, ia vendo o seu semblante assumir as cores da pátria. Porque ele tinha sido um dos que tinha, levado pelo entusiasmo absurdo, hasteado uma bandeira, por sinal com pagodes no lugar de castelos. E foi com um sorriso tão amarelo quanto o da esfera armilar que se despediu de mim no piso onde reside.
Há umas duas ou três semanas que andava a dizer, de mim para mim, que estava na hora de a retirar que, tendo sido feita a correr e recorrendo ao que dispunha então em casa, pouco mais durará, menos ainda ao Inverno que se aproxima.
Mas se consegui que a provocação levasse a uma pergunta que fosse, então não está tudo perdido. Que por ai ainda flamulam alguns verdes e vermelhos.
Está na hora de arrear esta, feita de flanela que usava como fundos de fotografia e fazer subir uma feita de cetim e bem dependurada da janela.
Com um pouco de sorte talvez ainda oiça mais umas perguntas. E possa recolher à cama com a sensação de vitória.
Ainda que negra!
Texto e imagem: by me
1 comentário:
Gosto da ideia! Estava mesmo a pensar hastear uma dessas, hesitando se haveria de ter algum símbolo "do contra" (o da anarquia passou-me pela cabeça).
Sou cidadão Português não de nascimento mas de livre vontade, e perturba-me a perda generalizada da noção do que o patriotismo significa...
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