domingo, 9 de fevereiro de 2014

Aventuras radicais



Recordo de ter aprendido no liceu, na disciplina de geografia, que o momento em que a temperatura é mais baixa num dado lugar é o que antecede o nascer do sol. Isto, naturalmente, considerando que não há significativas mudanças de massas de ar.
E é tanto mais verdade isto se considerarmos a temperatura ao nível do solo e não a do ar.
Aprendi-o no liceu e tenho-o como verdade. Mesmo não tendo feito uma investigação científica e sistemática sobre o tema, a experiência do quotidiano e o levantar-me amiúde antes do nascer do sol confirmam-mo.
Mas aquilo que não aprendi no liceu é qual o momento mais escuro no período de 24 horas.
Dir-se-á que é qualquer um entre o desaparecer o último vestígio do sol até ao que antecede o raiar da aurora. O bom senso dirá isto.
Mas só é verdade nas zonas rurais, longe dos centros urbanos. Por outras palavras, longe da iluminação pública. Paga por todos nós através dos nossos impostos, taxas, derramas e outros.
Que em perímetros urbanos o momento mais escuro é só aquele que antecede o nascer do sol. E isto porque os técnicos municipais ajustam o apagar das luzes por um qualquer relógio ou sensor de luz distante, muito pouco consentâneo com o que sucede na realidade.
E durante uns dez minutos, mais coisa menos coisa, quem quiser andar na rua sem correr o risco de embater num poste, no pára-choques de um automóvel estacionado, pisar um qualquer dejecto canino ou cair num buraco no passeio, terá que usar de uma lanterna.

Lamento informar os bur(r)ocratas municipais, mas estes dez minutos de aventura radical na escuridão que nos proporcionam são perigosos. Muito perigosos.

By me 

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