O assunto tocou-me de perto. De muito perto.
Uma pergunta feita num grupo de fotografia:
“Um bom professor de fotografia necessariamente precisa de ser um bom fotógrafo?”
Achei que teria algo a dizer e, sendo que o poder de síntese não é o meu forte, alonguei-me na resposta.
Aqui fica, com uma imagem de arquivo.
“Não creio que assim seja.
Se começarmos por aceitar que um bom professor não é o que ensina mas antes o que ajuda a aprender, centrando a sua actividade na qualidade da aprendizagem do aluno e não na qualidade do ensino do professor, constatamos que o que importa é que os alunos aprendam.
Na aprendizagem importa que existam as dúvidas, provocadas pelo professor ou surgidas naturalmente no aluno. Na aprendizagem importa que haja curiosidade e vontade de esclarecer as dúvidas, junto do professor ou no restante do mundo.
O papel do professor é, e para além de fornecer, disponibilizar e fomentar os conhecimentos e competências no aluno, o de o levar a procurar o seu próprio caminho, mesmo e principalmente contestando o professor. De preferência, ir mais longe que ele.
Conheço alguns bons fotógrafos que dão aulas, que nada percebem de pedagogia e que são incapazes de levar os seus alunos ou aprendizes tão ou mais longe que eles mesmos.
E conheço alguns professores de fotografia que, sendo medianos fotógrafos, sentem prazer ao serem ultrapassados pelos alunos/aprendizes. São estes que nunca esquecemos com o passar dos anos.
Encontrar alguém que conjugue a excelência nos dois campos é coisa rara.
Os meus cinco cêntimos.”
By me
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