Esta fotografia tem uns quarenta e tal anos.
Consto nela, tal como o meu chapéu e o meu primeiro tripé
Gitzo. A câmara, uma Pentax MX, não está na imagem porque foi usada para a
fazer.
O que consta, apesar de muito discreto, é o meu relógio, usado
como sempre no braço direito.
Comprado a um preço simpático, tinha um detalhe pouco comum
então: Sendo digital, usava um método misto de mostrar o tempo: ponteiros e
mostrador numérico. E tinha uma característica que me levou a ficar com ele, no
meio de muitos outros.
O seu cronómetro também funcionava em regressivo mas sem
iluminar o mostrador. Detalhe vital para quem revelava negativos de grande
formato em preto e branco, usando tinas abertas e na escuridão total. Marcava-lhe
50 segundos e quando apitava era o momento da agitação de dez segundos. Sempre no
escuro, como impõe o uso de materiais pancromáticas. Só algum tempo depois encontrei
e comprei um tanque estanque à luz que me permitia trabalhar com mais conforto,
bem tarde na noite, já que usava a casa de banho da família como laboratório. Fartei-me
de usar fita adesiva para bloquear o interruptor da luz no seu exterior.
Um compincha destas andanças, com as mesmas limitações,
usava um gravador de cassetes com um tema musical de que gostava cuja batida rítmica
lhe servia de guia temporal.
As técnicas, limitações e complicações evoluíram,
facilitando (ou dificultando) os processos. Mas o objectivo sempre foi o mesmo:
fazer Fotografia. Cujo dia hoje se comemora.
By me
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