A fotografia tem o terrível defeito de nos levar a fazer
algumas perguntas quando a vemos:
O quê, quando, quem, onde…
Ao contrário da pintura, que aceitamos não ser factual, da
fotografia esperamos algum tipo de semelhança com a realidade. “O fotógrafo
estava lá” ou “Documento” ou ainda “Para mais tarde recordar”.
Se não tem uma leitura ou interpretação imediata, se as
respostas àquelas perguntas não forem instantâneas, a imagem fotográfica é desprezada,
não se gastando com ela mais que o tempo de passar à seguinte.
Parar um pouco para deixar que sejamos nós a encontrar
dentro de nós as tais respostas, a deixar que seja a nossa imaginação ou
vivência a completar aquilo que o nosso racional não discerne, permitir um diálogo
entre quem vê e o que vê em vez de uma atitude passiva…
Da fotografia não se espera que nos ponha a pensar, que isso
dá muito trabalho. Mas isso também raramente nos permite sonhar.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário