quarta-feira, 12 de julho de 2017

Desertificação a prazo



Fica a pergunta:
O que vai acontecer a Lisboa quando os fluxos turísticos migrarem para outras zonas porque nos bairros típicos só se encontram turistas? Porque as lojas do centro da cidade estão vocacionadas para recordações e comércio de luxo? Porque no lugar de habitações só se encontram alojamentos temporários?
O turismo, negócio rentável, tem que ser gerido a longo prazo, mantendo os factores que atraem e impedindo o excesso de oferta. Para que o negócio não morra e continue a funcionar.
Quem hoje se passear no centro da cidade de Lisboa já começa a ter dificuldade em ouvir falar português. Quem hoje entra numa loja é atendido primeiramente numa outra língua que não a nossa. Quem hoje se senta numa esplanada recebe uma ementa que, com sorte, contém algo escrito que entendamos.
De tanto querermos enriquecer com o turismo, afastamos os nativos para a periferia, restando o muito endinheirados a residir nos condomínios de luxo.
Mais ainda: quem procurar comprar uma casa no centro, uma das características que é fornecida é a idade avançada dos eventuais locatários, com o fito de mostrar que estão em vias de morrer e o imóvel ficará livre para especulação.
Ver a zona nobre da cidade repleta de lojas fechadas ou, em alternativa, de recordações ou franshisings é confrangedor.
Ainda se, ao menos, os gestores da coisa pública olhassem para o que acontece em outras cidades de outros países…
E quando o médio oriente se pacificar e for alternativa economicamente concorrencial?


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