sexta-feira, 21 de julho de 2017

Cinzeiros



Foi um destes dias.
Estávamos para entrar numa exposição, incomum e num local emblemático de Lisboa, e constato que no chão havia pontas de cigarro.
Uma meia centena, talvez mais, à esquerda, à direita, em frente da porta. Algumas, poucas, com aspecto de terem sido propositadamente pisadas para as apagar, a maioria apenas ali caídas, ardidas até se apagarem.
Estranhei e procurei com os olhos aquilo que ali deveria estar para obstar a tal espectáculo. Não havia.
Nem amovível nem solidamente colocado no solo, não se via nenhum cinzeiro. Nem ali, junto à porta daquela exposição bem publicitada, nem em qualquer outro lugar. Coisa nenhuma até onde a vista alcançava.
Pergunto-me se os promotores da exposição, que bem cobraram por cada visitante, ou os gestores do espaço, que bem receberam pela sua cedência a quem organizou o evento, não poderiam ter por ali algum receptáculo, mesmo que corriqueiro e pouco atraente, que evitasse aquele lixo público.
Que certo é haver fumadores, que certo é não ser permitido fumar no interior de exposições, que certo é que há que deixar as pontas de cigarro nalgum local.

Infelizmente, as nossas pontas de cigarro ficaram ali, no chão, a fazer companhia a todas as outras que lá jaziam.

By me

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