Alto está, alto
mora,
Todos o vêem, ninguém
o adora!
Esta era uma
daquelas adivinhas de criança, principalmente do campo ou aldeia, em que a
resposta era: O relógio da torre da igreja.
Claro que outros
havia que igualmente estavam (estão) altos, mas o relógio da torre da igreja
marcava o tempo, ao desafio com o sol e a barriga.
Pergunto-me quem,
nos tempos que correm, olhará para este, rigorosamente certo, que encima uma
estação de caminhos-de-ferro?
Que já ninguém
para ela caminha, que se chega de táxi, de autocarro, de metro. Que todo o
mundo e mais um par de botas usa pelo menos um relógio, quando não dois: no
telemóvel e, acessoriamente, no pulso.
Na sua época, terá
ele pedido meças no rigor a outros, de igreja, nas imediações, mais a poente ou
mais a nascente, mesmo mais acima nas colinas.
Hoje alguém terá a
incumbência de manter a sua rotação síncrona com a da Terra, mais por hábito
que por utilidade.
Excepto para a
memória e para alma!
By me
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