É um dos males da
idade adulta: pomos carimbos em tudo quanto é coisa, limitando as nossas
reacções a essas classificações e seguindo em frente.
Alguns, olhando
para esta imagem, talvez digam “Minimalismo”.
Outros dirão, sem
demoras, “Lixo no chão”.
Uns poucos talvez
acrescentem que “Este é o problema da sociedade moderna: superabundância.”
Os que sejam mais
sensitivos pensarão que “Estava calor e alguém comeu um gelado apetitoso.”
Mas os putos, como
eu fui e tantos milhares de outros comigo, olhariam para este pau de gelado e
imaginariam o sólido castelo a construir. Ou a complexa ponte a erguer. Ou
ainda a elegante casa de bonecas. Ou…
Não sei que faziam
vocês, que lêem estas linhas e vêem esta imagem. Mas eu, e outros, em indo à
praia, percorriamo-la de lés a lés, devagar e de olhos postos na areia, em
busca de matéria-prima.
Isto, claro, se
não acontecesse o cúmulo da sorte e este ser um pau premiado.
Nesse caso,
fazíamos um procissão em direcção à loja, imaginando qual o prémio e
fantasiando o que fazer com ele, junto com o sortudo ganhador.
By me
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