quarta-feira, 19 de julho de 2017

O pau do gelado



É um dos males da idade adulta: pomos carimbos em tudo quanto é coisa, limitando as nossas reacções a essas classificações e seguindo em frente.
Alguns, olhando para esta imagem, talvez digam “Minimalismo”.
Outros dirão, sem demoras, “Lixo no chão”.
Uns poucos talvez acrescentem que “Este é o problema da sociedade moderna: superabundância.”
Os que sejam mais sensitivos pensarão que “Estava calor e alguém comeu um gelado apetitoso.”

Mas os putos, como eu fui e tantos milhares de outros comigo, olhariam para este pau de gelado e imaginariam o sólido castelo a construir. Ou a complexa ponte a erguer. Ou ainda a elegante casa de bonecas. Ou…
Não sei que faziam vocês, que lêem estas linhas e vêem esta imagem. Mas eu, e outros, em indo à praia, percorriamo-la de lés a lés, devagar e de olhos postos na areia, em busca de matéria-prima.
Isto, claro, se não acontecesse o cúmulo da sorte e este ser um pau premiado.

Nesse caso, fazíamos um procissão em direcção à loja, imaginando qual o prémio e fantasiando o que fazer com ele, junto com o sortudo ganhador.

By me

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