Em regra tenho três livros entre mãos: um na minha mochila do
quotidiano, para ir lendo aos poucos em comboios e autocarros; um outro (por
vezes dois) que me servem de pausa ao computador ou das voltas da câmara e das
luzes por uma dou duas horas; um terceiro na mesa de cabeceira.
Anteontem terminei o que lá tinha.
Ontem, sabendo-o lido, guardei-o e fui procurar outro aqui em
casa. Desta feita queria algo com mais conteúdo que um romance ou novela. E fui
em busca de um dos que herdei de meu pai, que tinha interesses semelhantes aos
meus. Ou o inverso, como preferirem. Caiu o meu olhar neste.
Soube-o publicado em 1983, o que lhe poderá dar algum toque de
“desactualizado”, considerando a evolução do pensamento. Mas conhecer um pouco
dos pensamentos que deram origem aos actuais é algo que faz sentido e consolida
o que conhecemos. Tirei-o da estante.
Já aconchegado na cama, comecei pelo princípio, que um é bom
local de início de qualquer coisa, livros incluídos. Dou com estas duas frases
solitárias na primeira página:
“O homem que medita é um animal depravado” – Rousseau
“O que perturba e alarma o homem não são as coisas, mas as
suas opiniões e fantasias acerca das coisas” – Epicteto
Mais não li! O alcance destas duas frases é de tal forma
grande que a minha mente de imediato começou a vogar por mares conhecidos e
desconhecidos, misturando vivências e imagens mentais de tal modo que uma hora
depois continuava acordado, com o livro aberto na cama, ao lado da almofada.
Conto hoje cancelar-me e deixar-me levar pelos caminhos que o
autor decidiu percorrer. Pelo menos até apagar a luz.
Pentax K1 mkII, Pentax-M macro 50 1:4
By me


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