Há uns anos valentes sugeri a um grupo de pessoas de variadas
idades e conhecimentos em fotografia que escolhessem uma echarpe colorida de
uma quantas que levara.
Em seguida, que a fotografassem a sua umas dez vezes no jardim
onde nos encontravamos. Como entendessem de o fazer. E fizeram.
No final, sugeri que mudassem os parâmetros da câmara para preto
e branco e fizessem mais dez fotografias do mesmo pedaço de tecido.
Aqui a porca torceu o rabo, já que não o conseguiam com a
mesma facilidade ou sucesso. E o problema estava na composição de imagem sem o
factor côr, o que obrigava a um muito maior cuidado no onde e como colocar o
centro de interesse para que ficasse notório que o era. Perspectiva e luz.
Todos nós, os que lidamos com a imagem técnica, sabemos a
importância da côr: de como ela evidencia ou oculta elementos, quer pelo
contraste ou interacção com outras cores quer pela saturação.
Mas há um outro factor que nos atrai ou afasta numa imagem,
mesmo que disso não nos apercebamos: a importância ou significado que cada côr
tem no nosso quotidiano. Todos nós sabemos do simbolismo no ocidente do preto,
enquanto luto, em contraste com o branco noutras paragens do globo.
O fotógrafo, seja qual for o suporte, sente-se mais atraído
por umas ou outras cores pelos contrastes que encontra, pelo simbolismo que
cada uma tem isolada ou em contexto e pela mensagem que recebe ou quer
transmitir. As mais das vezes não damos por isso e agimos instintivamente. Mas é
um auxiliar precioso o sabermos como o público sente perante cores (isoladas ou
não) e usar isso em nosso proveito.
Sobre o assunto – côr e sua utilização – bastantes foram os
que discorreram. Uns mais técnicos e profundos, outros mais mais leves e até
com humor. Mas da fotografia ao cinema, da televisão às artes gráficas, da
arquitectura à publicidade, da pintura à indústria, a côr impera, molda e gere o
nosso mundo. Mesmo para os daltónicos.
Pentax K1 mkII, Pentax-M macro 50 1:4
By me


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