quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Velharias e histórias




Gosto de adquirir artigos usados presencialmente, mesmo que anunciados na web.

Confronto o interesse no artigo, o aparente estado de conservação e a minha disponibilidade económica e se as três linhas coincidirem algures num ponto combino um encontro.

Neste, e para além da certeza sobre o artigo e o seu estado, tenho a vantagem de poder conversar com quem vende. Fico a saber um pouco sobre o seu relacionamento com a fotografia e a história daquele artigo. Foi o caso.

Este visor em ângulo recto estava anunciado e com uma localização a que eu podia aceder. O preço era particularmente bom e, apesar de já ter um, este é anterior, com características diferentes. E, nas primeiras Pentax, o modelo actual não funciona e vice versa. Encontrámo-nos.

Em estado impecável, incluindo o estojo e a embalagem original, fiquei a saber que terá sido comprado por uma senhora, agora com mais de 80 anos, algures nos inícios dos anos ’70, ou no Japão ou numa das colónias africanas portuguesas, pois ela viveu por lá.

Mais tarde ofereceu-o, junto com três filtros Pentax (com os quais também fiquei) a uma amiga, mãe de quem estava a vender o conjunto.

Para além destes factos, é interessante perceber como estes itens atravessaram três continentes e três gerações e que chegam agora ao século XXI em tão bom estado de conservação. Praticamente novos. Naqueles tempos o equipamento fotográfico não apenas era caro como era algo para ser conservado por quem lhe tinha estima.

Sobre grande parte das peças que possuo tenho uma história. Ou porque vivida em primeira mão ou porque me a contaram. E das que me foram contadas, de algumas tenho dúvidas da sua veracidade. Ou porque inventadas para facilitar o negócio e inflacionar o preço ou para ocultar uma origem mais obscura.

Em qualquer dos casos, todas essas histórias dão um sabor especial ao que tenho aqui por casa.

 

Pentax K1 mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5


By me

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