domingo, 14 de janeiro de 2024

O cadinho da escrita




Leio um artigo de jornal onde encontro a expressão “... o perigoso caldinho onde fervem os principais motivos...”

Claro que pode ser uma gralha, que os correctores automáticos de texto são implacáveis.

Também pode ser o resultado de cansaço, que a notícia foi publicada já passava da meia-noite.

De igual forma, a crise que se vive em alguns jornais pode, de algum modo, desmotivar quem lá trabalha e não se aplicar no seu ofício em pleno.

Mas estou em crer que nada disto terá acontecido.

A expressão acima terá sido usada e escrita por já ter sido ouvida diversas vezes e querer que ela dê um toque de diferença na leitura e nas emoções que dela resultam. Mas quem a usou talvez nunca a tenha visto impressa, ou tenha estado numa forja ou num alto forno, ou mesmo nunca tenha visto documentários televisivos sobre o assunto.

É que a diferença entre “perigoso caldinho” e “perigoso cadinho” é maior que um comboio. Aliás, não creio que se façam comboios sem cadinhos.

Eu não sou exemplo no bem escrever. Não é essa a minha profissão, mas tão só a devoção. Mas espera-se que um jornalista o seja.

E para bem escrever há que muito ler, ter um léxico disponível bem alargado e conhecer e bem usar a sua grafia.

Claro que um bom dicionário, velhinho que seja, ajuda muito.

 

Pentax K50, Tamron 18-200

By me

 

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