sábado, 14 de abril de 2018

Céptico




O cepticismo pode ser terrível!
Vulgarizado com a expressão “Ver para crer, como São Tomé”, é uma boa base de trabalho para a ciência.
Dizem os especialistas que uma teoria é válida até que se demonstre o seu contrário ou falsidade. E há os que, em torno de uma teoria, se esforcem por a demonstrar falsa. Ou porque querem desacreditá-la; ou porque querem provar, por não encontrarem falhas, que é verdadeira; ou apenas pelo hábito de ser céptico perante o que os cerca.
Levado ao extremo, haverá quem, perante a afirmação “Está a chover”, queira verificar.
Claro que a filosofia, no seu conceito original de “busca do conhecimento”, necessita do cepticismo como de pão para a boca. Quer se trate de argumentos para além do que a ciência pode provar, quer se trate de mera argumentação como os antigos Sofistas, os Cépticos sempre foram necessários para o avanço da Humanidade em todas a eras.
Por mim, que não sou Filósofo nem Sofista nem Céptico, tenho uma dose talvez que um nico acima da média de cepticismo. Talvez por ser Fotógrafo, que os fotógrafos só se interessam por aquilo que sai da norma, quer seja bom quer seja mau.
Perante uma afirmação, teórica ou prática, gosto de a dissecar e verificar erros ou falhas. O “grãozinho na engrenagem” é suficiente para ma fazer parar e questionar sobre a sua origem.
Por vezes o meu cepticismo manifesta-se por um nano segundo, nem chegando ao consciente. Outras vezes dou por isso mas não lhe atribuo importância. A vida é demasiado cheia de insólitos para que tudo questionemos.
Mas há ocasiões em que o meu cepticismo me faz parar, ponderar a fundo a incongruência do que vejo ou oiço. E acabo por demonstrar, mesmo que apenas no meu íntimo, que aquilo “não bate certo”. E encontro a falhas dos factos ou argumentos. A mentira ou distorção da verdade.
E é aqui que “a porca torce o rabo”! Nem sempre é avisado exteriorizar o que encontramos fruto do cepticismo. Ou porque daria muito trabalho argumentar (não sou Sofista); ou porque teria como consequência um crispar de atitudes com o “oponente”; ou porque não sou o “salvador do mundo” que tem por obrigação tudo descobrir e rectificar.
Mas as consequências do Cepticismo, mesmo que guardado no íntimo, ficam. Aquilo que se encontra com a sua prática, mesmo que não divulgadas, minam relações, confianças, actividades. Mesmo que seja o simples acreditar ou não que aquela tábua suporta o meu peso.
São muitas as vezes em que gostava de não ser tão céptico e ter uma muito maior dose de ingenuidade.

By me

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