O Moto Continuo, ou
Movimento Perpétuo, é algo que o Homem procura há muito.
Um movimento
ininterrupto, sem necessidade de usar energia externa ou combustível, e que
esse movimento seja passível de ser usado como forma de energia para uso em
prol do Homem.
Claro está que a Ciência
tem demonstrado através daquilo que sabe, e de que faz lei, que o Moto Continuo
é impossível. Atritos, perdas térmicas e outras minudências técnicas impedem
que a energia produzida seja maior que a energia aplicada.
Aquilo que conhecemos de
mais próximo ao Movimento Perpétuo será o movimento dos astros e as forças de
atracção e repulsão entre eles.
No entanto, julgamos
saber que mesmo isso é finito, já que presumimos que toda as estrelas (ou
corpos celestes emissores de luz ou outras formas de energia) cedo ou tarde se
esgotam e se apagam ou explodem.
Portanto, perpétuo coisa
nenhuma. Não há movimentos, e consequentes energias, perpétuos!
Claro que podemos sempre
tentar definir o conceito de”perpétuo”: À escala da vida de um ser humano? À
escala da existência da humanidade? À escala, calculada, da idade da Via Láctea
e do que dela podemos prever que ainda existirá?
Donde, o Moto Continuo ou
Movimento Perpétuo não pode existir porque o próprio conceito de “Perpétuo” não
passa de um sonho teorizado, derrubado pela especulação científica.
Mas devo confessar que me
agrada a impossibilidade da existência do Movimento Perpétuo. Porque se assim é
quando aplicado a dois ou mais pedaços de matéria, quiçá energia também, nos
referentes espaço/tempo, então o Movimento Perpétuo também não é aplicável ao
Homem, porque parte integrante, e não excepção, do universo que conhecemos e
especulamos.
E haver movimentos
criados pelo Homem que sejam perpétuos é algo que me assusta para além do
terror.
Que um movimento que seja
perpétuo, seja ele científico, esotérico ou estético, acaba por se tornar numa
sensaboria, num conservadorismo atroz, numa situação que, pareça embora uma
contradição, não o é: um movimento intelectual perpétuo acaba por se tornar imóvel
e imutável, deixando de ser movimento, ainda que perpétuo.
Agrada-me assim, de
sobremaneira, que o Movimento Perpétuo não exista. Que o Homem se sinta tentado
em quebrar os rumos e impulsos do passado e procurar novas fronteiras, dentro e
fora de si, que procure inovar contra todos os que se acomodaram aos pseudo
Moto Contínuos criados no pensamento.
Abaixo o Movimento
Perpétuo! Acima o fim das coisas e o nascimento de novas ideias. Eu mesmo e o
universo incluídos!
By me
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