Não! Eu não vi o festival da canção.
De igual forma, não vi a entrega dos óscares, não vejo jogos
de bola nem vejo o que quer que seja que implique competição.
A competição – aquela actividade em que todos querem ser
melhores que os outros – está na raiz de muitos dos problemas que nos afligem.
Na competição, seja do que for, há sempre o orgulho e satisfação
em se ser o melhor. Um concorrente. E a frustração por não se ter sido o
melhor. Todos os outros. Que deram o seu melhor mas que, ainda assim, não foi
suficiente.
A competição é o culminar de por vezes longas preparações
que resultam em frustrações. E, em caso de dúvida, vejam-se os semblantes
tristes e chorosos dos que não atingem a vã-glória da vitória.
A única competição em que participo é a que me faz ter por
adversário eu mesmo. Em que, todos os dias, tento ultrapassar-me nos feitos da
véspera. Em que eu próprio sou o júri.
As minhas vitórias – e derrotas – guardo-as para mim. E no
meu pódio cabem todos os competidores: eu.
Mas, e de igual importância, não faço minhas as vitórias dos
outros. Não considero como meu sucesso o sucesso dos outros. Não me revejo como
parasita do esforço dos outros. Não rejubilo quando “acerto” na previsão de vitória
nem me entristeço quando o meu “ídolo” não sobe ao palco.
O seu esforço é seu e não meu e não alimento o meu ego com ele.
Seja nas artes, no “desporto” ou na política.
A minha praia não é a competição!
By me
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