quarta-feira, 28 de março de 2018

Histerias




Continuo sem perceber porque é que um atentado político está a provocar tanta histeria internacional, com consequências não previsíveis.
Em primeiro lugar trata-se de um espião. E é sabido que os espiões arriscam a vida, seja qual for o lado para que trabalhem. Pior: o destino dado aos espiões raramente é público ou judicialmente publicitado.
Em segundo lugar, ainda não encontrei nenhuma prova irrefutável da sua autoria. O mais que li foi algo como “é altamente provável” ou “fortes indícios”. Qualquer tribunal manda um réu em liberdade se a acusação se ficar por estas afirmações.
Em terceiro lugar, parece esta atitude por parte do Reino Unido uma forma de afirmação no cenário internacional, contrapondo à sua saída da União Europeia. O “apelo às armas” em torno deste atentado mais parece um “contar espingardas” político interno e externo que uma retaliação perante um crime político internacional com autoria inquestionável. Principalmente quando o “Brexit” é questionado internamente e a união do Reino Unido está posta em causa. Nada de novo, a técnica de criar “inimigos públicos” como cortina de fumo em torno de assuntos domésticos incómodos.
Claro que é politicamente incorrecto afirmar isto. Corre-se mesmo o risco de ser apelidado de traidor e tombar vítima de um qualquer “acidente” ou respirar um qualquer gás venenoso. Tal como um espião duplo.



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